Somos uma sociedade adicta, completamente viciada em plástico. E se tem uma espécie poderosa e intoxicante, difícil de se livrar é o saco plástico.
Tenho um pouco de receio em escrever sobre este assunto. Primeiro porque não me sinto suficientemente preparada: o tema é polêmico, discutido há tanto tempo por profissionais da área... Quem sou eu pra dizer qualquer coisa?!
No entanto... impossível negar a necessidade de sabermos mais sobre um tema tão presente no dia-a-dia da maioria dos seres humanos. Basta sair na rua, parar para comprar “uma coisinha qualquer" e automaticamente nos deparamos com a tentação da sacolinha.
Somos uma sociedade adicta, completamente viciada em plástico. E se tem uma espécie poderosa e intoxicante, difícil de se livrar é esta, o saco plástico.
Importante destacar que em si, a sacola plástica, não é a vilã. A questão está no consumo absurdo e, no tempo que ela dura. Assustador! Infelizmente, nosso estilo de vida “descartável” ainda não assimilou a grave realidade em que se encontra o planeta.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas são consumidas em todo o mundo anualmente. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídas por hora!
“As sacolas plásticas são motivo de enorme debate internacional. Seu consumo exagerado tem causado situações assustadoras. Na África do Sul, por exemplo, há tantas espalhadas pelas cidades, matas e rodovias que passaram a ser chamadas de "flor nacional", tamanha a quantidade vista em gramados, jardins e florestas. Na Índia, centenas de vacas morrem todos os anos ao ingerirem sacos plásticos. Milhares de tartarugas confundem as sacolas plásticas que chegam aos oceanos com águas-vivas, sua fonte básica de alimento, e morrem sufocadas. Já os norte-americanos jogam fora pelo menos 100 bilhões de sacolas plásticas por ano, o que significa o desperdício de 12 milhões de galões de petróleo.” Ministério do Meio Ambiente (leia mais aqui).
A reciclagem deixou de ser a solução diante do consumo desenfreado. É também economicamente inviável por razões como, por exemplo, a dificuldade de sua separação e limpeza (descontaminação), assim como a fina espessura. Saiba mais aqui.
O que fazer então?
Na nossa casa dispensamos completamente o uso das sacolas oferecidas gratuitamente nas lojas e supermercados. Escrevi um post sobre isso: NOSSO LIXO.
As alternativas encontradas para o dia-a-dia são:
- RECUSE SEMPRE (sacolas e saquinhos plásticos)
- TENHA A SUA SACOLA REUTILIZÁVEL SEMPRE A MÃO – Existem muitos modelos disponíveis no mercado. Tenho pelo menos uma (menor) dentro da bolsa e duas grandes no carro.
- POTINHOS DE VIDRO – Podem ser de plástico também, mas como a ideia é diminuir o consumo deste resíduo, geralmente optamos pelo vidro. Já compartilhei alguns vídeos no Instagram das minhas comprinhas semanais em lojinhas à granel e, até mesmo na peixaria. Veja este aqui.
- SAQUINHOS DE PANO – Uma alternativa interessante encontrada foram os saquinhos de pano 100% algodão. Mandei fazer de dois tamanhos diferentes a fim de ter como alternativa leve e rápida para as compras à granel. Eles são práticos e facilitam a vida de quem não tem como andar com os potinhos à tira colo. Não uso para armazenar, mas para transportar – desde compras (a maioria grãos), como lanchinhos rápidos (biscoitos, frutas, leguminosas, etc.). Sujou? É só lavar e reutilizar! P.S.: Tô pensando seriamente em fazer um saco maior para comprar o pão... Mesmo sendo de papel, o saco do pão oferecido pelas padarias acaba sendo mais um lixo :-/
Uma dúvida recorrente é sobre o peso do saquinho de pano ou dos potinhos e a reação dos comerciantes. Minhas experiências tem sido muito positivas. A primeira reação nas lojas é de surpresa, mas não precisa explicar muito, basta dizer que você está evitando o plástico e pronto.
Se for possível, aproveite para bater um papo e já plantar uma sementinha do bem no coração do atendente. Sobre isso desejo escrever em breve.
Tenho provado que pequenas atitudes como essas podem inspirar pessoas a nossa volta... Eu acredito que fazer o bem, por menor que ele seja, sempre produz transformação. Gravei um vídeo falando sobre isso, veja AQUI.
Concluo esta reflexão com uma famosa frase do Mahatma Gandhi (que, desculpem, já devo ter escrito em outro post):
“Seja a mudança que você quer ver no mundo.”