A Tentação da Sacola Plástica

Somos uma sociedade adicta, completamente viciada em plástico. E se tem uma espécie poderosa e intoxicante, difícil de se livrar é o saco plástico.

Tenho um pouco de receio em escrever sobre este assunto. Primeiro porque não me sinto suficientemente preparada: o tema é polêmico, discutido há tanto tempo por profissionais da área... Quem sou eu pra dizer qualquer coisa?!

No entanto... impossível negar a necessidade de sabermos mais sobre um tema tão presente no dia-a-dia da maioria dos seres humanos. Basta sair na rua, parar para comprar “uma coisinha qualquer" e automaticamente nos deparamos com a tentação da sacolinha.

Somos uma sociedade adicta, completamente viciada em plástico. E se tem uma espécie poderosa e intoxicante, difícil de se livrar é esta, o saco plástico.

Importante destacar que em si, a sacola plástica, não é a vilã. A questão está no consumo absurdo e, no tempo que ela dura. Assustador! Infelizmente, nosso estilo de vida “descartável” ainda não assimilou a grave realidade em que se encontra o planeta.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas são consumidas em todo o mundo anualmente. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídas por hora!

“As sacolas plásticas são motivo de enorme debate internacional. Seu consumo exagerado tem causado situações assustadoras. Na África do Sul, por exemplo, há tantas espalhadas pelas cidades, matas e rodovias que passaram a ser chamadas de "flor nacional", tamanha a quantidade vista em gramados, jardins e florestas. Na Índia, centenas de vacas morrem todos os anos ao ingerirem sacos plásticos. Milhares de tartarugas confundem as sacolas plásticas que chegam aos oceanos com águas-vivas, sua fonte básica de alimento, e morrem sufocadas. Já os norte-americanos jogam fora pelo menos 100 bilhões de sacolas plásticas por ano, o que significa o desperdício de 12 milhões de galões de petróleo.” Ministério do Meio Ambiente (leia mais aqui).

A reciclagem deixou de ser a solução diante do consumo desenfreado. É também economicamente inviável por razões como, por exemplo, a dificuldade de sua separação e limpeza (descontaminação), assim como a fina espessura. Saiba mais aqui.

O que fazer então?

Na nossa casa dispensamos completamente o uso das sacolas oferecidas gratuitamente nas lojas e supermercados. Escrevi um post sobre isso: NOSSO LIXO.

As alternativas encontradas para o dia-a-dia são:

  • RECUSE SEMPRE (sacolas e saquinhos plásticos)
  • TENHA A SUA SACOLA REUTILIZÁVEL SEMPRE A MÃO – Existem muitos modelos disponíveis no mercado. Tenho pelo menos uma (menor) dentro da bolsa e duas grandes no carro.
  • POTINHOS DE VIDRO – Podem ser de plástico também, mas como a ideia é diminuir o consumo deste resíduo, geralmente optamos pelo vidro. Já compartilhei alguns vídeos no Instagram das minhas comprinhas semanais em lojinhas à granel e, até mesmo na peixaria. Veja este aqui.
  • SAQUINHOS DE PANO – Uma alternativa interessante encontrada foram os saquinhos de pano 100% algodão. Mandei fazer de dois tamanhos diferentes a fim de ter como alternativa leve e rápida para as compras à granel. Eles são práticos e facilitam a vida de quem não tem como andar com os potinhos à tira colo. Não uso para armazenar, mas para transportar – desde compras (a maioria grãos), como lanchinhos rápidos (biscoitos, frutas, leguminosas, etc.). Sujou? É só lavar e reutilizar! P.S.: Tô pensando seriamente em fazer um saco maior para comprar o pão... Mesmo sendo de papel, o saco do pão oferecido pelas padarias acaba sendo mais um lixo :-/

Uma dúvida recorrente é sobre o peso do saquinho de pano ou dos potinhos e a reação dos comerciantes. Minhas experiências tem sido muito positivas. A primeira reação nas lojas é de surpresa, mas não precisa explicar muito, basta dizer que você está evitando o plástico e pronto.

Se for possível, aproveite para bater um papo e já plantar uma sementinha do bem no coração do atendente. Sobre isso desejo escrever em breve.

Tenho provado que pequenas atitudes como essas podem inspirar pessoas a nossa volta... Eu acredito que fazer o bem, por menor que ele seja, sempre produz transformação. Gravei um vídeo falando sobre isso, veja AQUI.

Concluo esta reflexão com uma famosa frase do Mahatma Gandhi (que, desculpem, já devo ter escrito em outro post):

“Seja a mudança que você quer ver no mundo.”

Manteiga Corporal – Cera de Abelha

Aprenda a fazer sua própria manteiga corporal natural em casa!

Uma das coisas tão legais da Casa Sem Lixo é o mundo de possibilidades que se abriu diante de mim.

Já falei sobre o meu banheiro e o quanto gosto de maquiagem e dos cosméticos de uma forma geral. Mencionei quão nocivos eles podem ser à nossa saúde e à saúde do planeta. Sendo assim, venho procurando outras opções, receitas naturais, produtos orgânicos... Bem diferentes daqueles que ainda ocupam e ocuparam (por tantos anos) nossas gavetas e prateleiras.

Uma das novidades de uma vida mais natural (e que gera menos lixo) é que você pode fazer um tanto de coisas em casa. Os produtos caseiros tem diversas vantagens, como economia e saber exatamente o que você está colocando no seu corpo.

Por isso, sempre que possível, vou compartilhar aqui as receitinhas aprovadas!

Aqui segue uma delas: deliciosa e bem simples para você ter/fazer sua própria manteiga corporal.

Uso nos lábios, nas áreas mais ressecadas, unhas, cutículas, pernas... Na pele em geral. E é também uma boa opção para dar de presente!

INGREDIENTES:

CERA DE ABELHA RALADA – 1 colher de sopa

MANTEIGA DE COCO – 1 colher de sopa

ÓLEO DE COCO – 2 colheres de sopa

AZEITE DE OLIVA – 2 colheres de sopa

MODE DE FAZER:

- Derreta em “banho maria” (fogo baixo) a cera de abelha e a manteiga de coco.

- Assim que estiverem derretidas e misturadas acrescente o óleo de coco + o azeite.

- Continue com o fogo aceso até que todos os ingredientes fiquem bem misturados.

- Retire da água quente (cuidado!) e assim que possível, transfira para o potinho onde você irá armazenar.

A receita rende mais ou menos 30ml. Você pode dobrá-la ou triplicá-la caso desejar fazer em maior quantidade.

Onde achar a cera de abelha?

O ideal é comprar direto com um produtor de mel. Se não for acessível, é possível encontrar em sites na internet. Procurei em diversas farmácias de manipulação e lojas de cosméticos aqui em Floripa em não encontrei.

MAIS UMA DICA

Sobre hidratação corporal, deixo uma dica que tem dado certo por aqui. Após o banho, assim que desligo o chuveiro, tiro o excesso da água do corpo com as mãos e passo Óleo de Coco em toda a pele.

Reservo a manteiga corporal para as áreas mais ressecadas. (Detalhe: tem que gostar do cheiro de coco, kkkkk...)

Agora... mãos a obra!

Granola Nossa de Cada Dia

Esta é a receita da melhor granola do mundo... Sério!

Atendendo aos pedidos resolvi compartilhar, também aqui, algumas das receitinhas culinárias que fazem sucesso na nossa casa.

Não sou nutricionista, muito menos grande cozinheira, mas por conta das minhas intolerâncias alimentares (e da questão ambiental), nos últimos anos tenho aprendido a experimentar coisas novas e testar receitas diferentes.

O fato de assumir meu “relacionamento sério” com o vegetarianismo também tem me impulsionado a arriscar mais na cozinha. Confesso que existem dias de puro prazer e outros onde o desastre é total!

Sim, cozinhar é uma arte que exige coragem. Assistir documentários, vídeos, trocar ideia com outras pessoas, além da aquisição de livros de culinária, tem me ajudado bastante.

Segue então a receita da granola, que na verdade não é minha (importante destacar), peguei no livro da Bela Gil (que eu amooo), Bela Cozinha 2, e dei umas pitadas pessoais. Assim como você pode dar as suas, tirando ou acrescentando ingredientes que lhe agradam.

INGREDIENTES:

4 xícaras de aveia (flocos grandes)

1 xícara de melado

½ xícara de óleo de coco

½ xícara de sementes de girassol

½ xícara de sementes de abóbora (sem casca)

½ xícara de coco seco ralado

½ xícara de castanhas (nozes, castanha-de-caju, castanha-do-pará)

2 colheres de sopa de goji berry

2 colheres de sopa de uva passa

MODO DE PREPARO:

  1. Misture a aveia, o melado e o óleo de coco numa tigela e passe para uma assadeira.
  2. Leve ao forno por 20 minutos (180⁰).
  3. Adicione as sementes, coco e castanhas, misture bem e coloque de volta ao forno por mais 10 minutos.
  4. Retire do forno e deixe esfriar antes de acrescentar o gogi berry e a uva passa.

DICAS:

  • Assim que esfriar a granola ficará bem crocante. No processo de “esfriamento” vale a pena dar uma mexida de vez em quando para que a granola não grude na assadeira.
  • Se quiser deixar a granola mais nutritiva, troque uma das xícaras de aveia por 1/2 xícara de quinoa em flocos + 1/2 xícara de amaranto em flocos. Fica deliciosa igual!

INFORMAÇÃO IMPORTANTE:

Compro todos os ingredientes dessa receita à granel – fora o melado que vem num recipiente de vidro retornável (tem post sobre ele no Blog). Receitinha zero plástico!

Esta receita rende mais ou menos 500 gramas de granola.

OUTRAS DICAS:

Se você gosta de cozinha “do bem”, ou “alternativa”, vale a pena conhecer as receitas da Bela GilTati LundAnna Elisa de CastroAlana RoxAstrid Pfeiffer, etc... Tem muita gente boa, fazendo delícias sustentáveis!

Sobre vegetarianismo, indico a leitura dos livros do Dr. Eric Slywitch. Além das suas experiências pessoais e clínicas, esse médico nutrólogo traz dados chocantes de pesquisas sérias que podem ser bem esclarecedoras.

Agora, mãos na massa!

Roupa de Criança

Usar roupas com história é muito mais legal em todos os sentidos!

No início da gestação do Theo, nosso primeiro filho, fomos presenteados com uma super oportunidade de conhecer Paris. Eu estava concluindo o curso de Moda e me preparava para uma mudança radical... A viagem aconteceu no momento perfeito.

Não ficamos hospedados em Hotel, mas no apartamento de uma família francesa. Enquanto nos deliciávamos no inverno europeu, eles curtiam o verão do Brasil – foi uma “troca de casas” (assunto para outro post).

Uma das coisas que me chamou atenção no pequeno apartamento francês foram as caixas transparentes lotadas de roupinhas de criança – com etiquetas de 1 ano, 2 anos... Nossa “anfitriã à distância” havia guardado as roupas da única filha para um possível segundo bebê. Esse era um assunto novo pra mim. Deixei registrado.

Sete anos mais tarde, me deparo com “a chegada” das roupas para a Nina, nossa caçula. Desde que ela nasceu (na verdade antes de nascer), somos presenteados com as roupinhas da priminha Bruna e da amiguinha Helena! A cada troca de estação chegam até nós sapatinhos fofos e roupinhas cheirosas, cheias de histórias e carinho. Uma delícia!

Não tenho problema nenhum em ver meus filhos usando roupas usadas. Mas já vi a cara feia de algumas mães, chocadas com o fato de que sim, minha filha usa roupas que já foram de outras crianças! Sim, já comprei roupas em brechó infantil. E, sim, o planeta agradece!

Vivemos a cultura do descartável. As tendências mudam num piscar de olhos e, mais do que nunca, com a fabricação barata, não pensamos duas vezes antes de jogar as coisas fora! A cada ano produzimos 3% a mais do que no ano anterior. Resultado: crise do lixo.

Pensa comigo: Enquanto milhares de pessoas não tem acesso a água potável, para produzir uma simples camiseta são usados até 2000 litros de água. No caso da calça jeans, pode chegar a 11000 litros! Se quiser ir além, assista o documentário "The True Cost" que discute os impactos negativos da indústria têxtil no planeta (disponível no Netflix).

Não tenha dúvidas, aqui em casa somos super gratos aos parentes e amigos que nos abençoam com essas roupinhas, que depois seguem para outros guarda-roupas. Reutilizar é a nova moda.

Tabu

Falar de menstruação ainda é tabu... de copo coletor então (!) :-0

A origem da palavra tabu é muito interessante. Tudo indica que venha da expressão polinésia tapua ou tupua que significa tanto sagrado como sangue menstrual (saiba mais aqui).

Na língua portuguesa, de acordo com o dicionário informal, tabu são situações ou fatos rejeitados ou discriminados por parte da sociedade.

Quando o assunto é menstruação não tenho dúvidas de que seja tabu até hoje. Imagina falar de coletor menstrual? Tabu na certa :-0

Apesar de ser um produto atual e inovador, o coletor menstrual é parte de um movimento revolucionário iniciado em 1930, que infelizmente permanece em silêncio até hoje.

Comprei o meu no início do ano e já me arrependo de não ter feito isso antes. Pra falar a verdade, a primeira vez que vi um desses exposto numa "feirinha alternativa" fiquei chocada e não tive coragem nem de tocar! Tabuuuuu...

Porém, na minha luta por menos lixo, tive de me render a este abençoado copinho. Ele é uma bênção não somente para o meu corpo, como também para o meu bolso e, principalmente, para o planeta.

O investimento inicial foi de aproximadamente R$100,00 – contando com o frete. Dei uma pesquisada na internet e escolhi a marca HolyCup! por algumas razões: variedade de tamanhos, rigidez do produto, assim como bons relatos da marca.

Para minha total surpresa foi paixão à primeira “usada”. É prático, limpo, não produz odor e ecológico – um coletor menstrual pode durar muitos anos!

Sobre o material que é feito, de acordo com o site da marca do coletor que comprei:

“O material utilizado é elastômero termoplástico de grau hospitalar, não é nenhum tipo de silicone ou borracha. É semelhante ao usado em bicos de mamadeira e catéteres. Cada componente deste material foi testado e aprovado por órgãos competentes à segurança e saúde na Alemanha, extremamente rigorosos e confiáveis. Não possui látex, ftalato, alquilfenóis, bisfenol A, pesticida ou perfume em sua composição.” HolyCup!

Admito que no começo foi estranho, mesmo porque resolvi testar antes do ciclo começar – o que eu totalmente recomendo, a fim de evitar acidentes futuros.

Sério! Vale a pena tentar...

E não importa se você é mulher ou homem, de um fim neste Tabu!

Eletrodomésticos

Quantos eletrodomésticos temos em casa? E quando quebram, estragam... o que fazer?

De acordo com o dicionário informal, eletrodomésticos são aparelhos elétricos usados para facilitar várias tarefas domésticas, como cozinhar, conservar os alimentos, limpar a casa, a roupa, auxiliar nos cuidados de beleza e também como formas de entretenimento.

Já parou pra pensar em quantos eletrodomésticos existem na sua casa? E, claro, não poderia deixar de perguntar: Quantas tarefas domésticas realmente necessitam ser “facilitadas” por um eletrodoméstico?

De acordo com o Relatório Planeta Vivo de 2014 do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), em apenas 40 anos, mais da metade da vida natural do planeta foi extinta (leia mais aqui).

Gostaria que houvesse, mas na verdade não tem forma mais fácil de escrever isso. Estamos pensando em qual será nosso mais novo “brinquedinho” pra “facilitar” nossa vida que já tá ficando quase que sem graça, de tão “fácil”, enquanto a natureza agoniza.

Nosso conforto é mais importante que a vida de milhares de espécies, e até mesmo que a vida dos nossos filhos, netos e bisnetos, pois se pensarmos bem, está cada dia mais difícil prever que espécie de planeta deixaremos pra eles!

Lendo o blog A Rocha International me deparei com a seguinte declaração, de um dos fundadores do Conselho para a Defesa dos Recursos Naturais (National Resources Defense Council ), Gus Speth:

“Eu costumava pensar que os principais problemas ambientais globais eram a perda de biodiversidade, o colapso dos ecossistemas e as mudanças climáticas. Eu achava que em 30 anos de boa ciência poderíamos resolver esses problemas, mas eu estava errado. Os principais problemas ambientais são apatia, ganância e egoísmo, e para lidar com estes, necessitamos de uma transformação espiritual e cultural. E nós, cientistas, não sabemos como fazer isso.”

Essa semana me distrai enquanto lavava a louça e acabei quebrando o copo do liquidificador. Fiquei MUITO chateada...

Eu gosto pra caramba do nosso liquidificador, foi escolhido a dedo e com carinho, há alguns anos. Copo de vidro, porque eu não curto plástico. O fundo tinha que sair, porque eu tenho nojinho de não conseguir limpar direito... E agora, estava quebrado 🙁

Feliz ou infelizmente usamos muito o liquidificador. Ainda não temos o “sonhado” processador (sim eu sonho com novos “brinquedinhos”), e como os industrializados são coisas cada vez mais raras aqui em casa, não tinha como ficar sem meu queridinho. Lá fui eu pro Google...

A notícia boa é que não foi necessário comprar um liquidificador novo 🙂

A notícia ruim é que sim, precisei comprar um novo copo de liquidificador e, consequentemente usar mais recursos do planeta. Além disso, vamos ter que "jogar fora" o copo quebrado. Ainda não tive coragem. Mais lixo...

Nosso Lixo

Sobre como organizamos e encaminhamos nosso lixo.

Me lembro muito bem de quando comecei a me “preocupar” com a questão do lixo, foi em 2003. Eu fazia faculdade longe da minha cidade e morava com amigas num condomínio que coletava dois “tipos” de lixo, o “sujo” e o “reciclável”. Passei a levar aquilo a sério. Chegava a cortar a haste dos cotonetes, para não ir plástico no lixo orgânico (hoje paramos de comprar cotonete – para alegria do planeta e dos otorrinolaringologistas).

De lá pra cá muitas coisas mudaram. Voltei pra Floripa, me casei, morei em outros condomínios, fiz outra faculdade, me tornei mãe... No decorrer de tantas mudanças não deixei de lado a questão do lixo. Chegamos a comprar uma lixeira super legal e cara (!) com as quatro cores para o reciclado, mas confesso que nunca procurei muita informação, simplesmente separava e higienizava o lixo “limpo”.

Tínhamos duas lixeiras: uma para o lixo da cozinha e dos banheiros (+ tudo o que não pode ser reciclado) e outra para os itens recicláveis (separados e 4 saquinhos: plástico, papel, vidro e metal). Eu me achava praticamente uma ativista do Greenpeace (doce ilusão)!

Lendo o livro Zero Waste Home, da francesa Bea Johnson, aprendi que aquilo não bastava. Além de toda a questão do consumo consciente (descritas em posts anteriores), é muito importante buscar informação.

Você sabe o que é de fato reciclado na sua cidade? Já parou pra pensar que nem todos os itens separados na sua casa e encaminhados para a Coleta Seletiva são reciclados?

Inspirada por essa guru do Desperdício Zero recorri mais uma vez ao Google. Ali encontrei o site da prefeitura da nossa cidade e, surpreendentemente, também muitas instruções valiosas sobre como funciona a coleta por aqui.

Aprendi que estávamos separando o lixo de forma errada. Juntávamos resíduo orgânico (cascas de frutas, restos de alimentos) com os “rejeitos” (papel higiênico, absorventes, fraldas descartáveis, lenço de papel, etc.).

Mesmo que você não consiga fazer a compostagem dos orgânicos e envie tudo para o “lixão”, é preciso considerar que alguém colocará as mãos no seu lixo (infelizmente existem famílias que vivem do que coletam nos lixões) e, se os resíduos já estiverem separados, você facilitará este trabalho.

O mesmo serve para os RECICLADOS. Não deixe de separar! Mesmo que não haja coleta onde você mora.

Então, basicamente, hoje temos 6 lixeiras em casa:

  • LIXEIRA BRANCA (30ml) – Para o lixo reciclável. Nosso objetivo é que ela seja raramente usada. Antes enviávamos um saco cheio duas vezes por semana. Conseguimos diminuir pra uma vez na semana. Quem sabe um dia, será uma vez no ano!
  • LIXEIRA CINZA (30ml) – Para os rejeitos. Papel higiênico + fraldas (infelizmente usamos descartáveis) + pó, sujeira da casa + restos de cabelo + unhas cortadas + lenços umedecidos (ainda não foi possível exterminá-los da nossa vida). Costumávamos encher 3 sacos por semana. Diminuímos para 2.
  • LIXEIRA MARROM – Para o lixo orgânico. Pelo menos 2 vezes por semana levamos para compostagem. Ele nunca chega a encher. Nos esforçamos para desperdiçar o mínimo. Não usamos saco plástico nela.
  • LIXEIRA DA COZINHA (10ml): Aquela pequena que fica na pia. Eliminamos o saquinho plástico dela. Quando enche esvaziamos na LIXEIRA MARROM e lavamos.
  • LIXEIRA DO BANHEIRO (2): Também eliminamos o saco plástico delas. Quando ficam cheias esvaziamos na LIXEIRA CINZA e lavamos (eca!).

É isso!

Se você ainda não procurou informações sobre a coleta de lixo na sua cidade, gostaria de incentivá-lo a fazer isso o quanto antes (para moradores de Florianópolis, saiba mais aqui).

Por um planeta com menos lixo 😉

O Lixo é Meu

Essa mania que temos de terceirizar tudo não tem funcionado nada bem quando o assunto é o nosso lixo.

Vivemos a era da “terceirização”. Em poucas palavras, após uma rápida pesquisa no Google, poderia descrever este “fenômeno” como o processo onde uma instituição contrata outra para prestar determinado serviço.

Num sistema capitalista como o que vivemos, essa prática foi amplamente difundida em todo o planeta. No Brasil, pelo menos 25% da mão de obra empregada é terceirizada.

Pensando de uma forma ainda mais ampla, olhando para o dia a dia, é simples identificar a facilidade com que costumamos “terceirizar”. Terceirizamos a educação dos nossos filhos, como se a escola fosse a única responsável por isso. Terceirizamos o serviço da casa. Terceirizamos nossa cozinha. Comemos cada vez mais na rua ou pagamos alguém para cozinhar para nós.

No auge da minha insana rotina, nestes últimos anos, eu raramente olhava nossa dispensa, ou geladeira. Simplesmente pegava a lista de compras que a Luzia (nosso braço direito aqui de casa) deixava e fazia as compras. Consegui terceirizar até mesmo nossa lista de compras!

Quando o assunto é lixo não é nada diferente. Pensa numa pessoa fresca: sou eu! Assim que mudamos para o apartamento onde moramos hoje, fiquei muito brava ao saber que só poderíamos descer o lixo nos dias de coleta. Como assim? Eu não admitia ficar com nenhum saquinho de lixo em casa... Como se ao colocá-lo na rua, este problema não fosse mais meu (!).

Sim, eu já fui assim.

Pensando sobre isso, não me lembro de ter ouvido alguém me ensinar: “Olha, todo o lixo que você produzir é responsabilidade sua. O fato de passa-lo pra frente não significa que ele desapareceu, e nem que desaparecerá!”

Tenho 37 anos, e quero crer que as coisas mudaram. Espero sinceramente que as gerações que vieram depois da minha tenham recebido um ensino mais consciente. Mas, eu não recebi. Não culpo ninguém. Esta é apenas uma constatação, que não me traz revolta, pelo contrário, me move para mudança, a fazer diferente, a ser diferente.

Não posso mais fingir que não estou vendo. Tudo o que consumo, na rua ou que trago para dentro de casa (tudo mesmo!) passa a ser minha responsabilidade, é meu. E seria no mínimo ético cuidar muito bem dessas coisas, me responsabilizando desde o seu uso até seu destino final.

É claro que seria perfeito se as empresas que produzem tudo o que usamos, compramos, nos dessem as mãos, fazendo valer a lei de logistica reversa (néam?!).

Os números são alarmantes (leia mais aqui). A geração de lixo no Brasil aumentou 29% de 2003 a 2014, o equivalente a cinco vezes a taxa de crescimento populacional no período, que foi de 6%.

Infelizmente, a quantidade de resíduos com destinação adequada não acompanhou o crescimento da geração de lixo.

Algo precisa acontecer e, não tenho dúvidas, começa comigo.

Sabonete Líquido

E se pudéssemos encher o pote de sabonete líquido na farmácia do bairro - levando nossa própria embalagem?

Os diálogos continuam. Todos os dias surgem questões, situações que demandam decisões bem práticas para que a vida siga leve, simples e “limpa” aqui em casa.

Estamos acostumados a usar sabonete líquido para lavar as mãos na pia do banheiro. Semana passada ele acabou. E, mais uma vez: E AGORA?

Eis o problema: Mesmo que a gente compre o refil e reutilize o mesmo recipiente do sabonete, teríamos que descartar mais uma embalagem plástica... (a do refil)

Essa não é a ideia. Pensei então em colocar um sabonete em barra. No final do ano encontrei algumas boas opções (pensando nos ingredientes e na embalagem) que já estamos usando no banho, inclusive no rosto! Mas ainda assim, para facilitar com as crianças, preferia o líquido.

Lá fui eu de novo, colocar a vergonha de lado, e perguntar... Dessa vez para o dono da farmácia onde manipulamos nossas “vitaminas”. Eles são super gentis... “Não custa nada”, pensei eu. Na pior das hipóteses ouviria um redondo não.

Respirei fundo e perguntei: “E aí? Vocês manipulam sabonete líquido, né? (Sim!) Então, eu tô num “projeto” novo, tentando produzir menos lixo... Será que se eu trouxesse o meu potinho vocês preencheriam com o sabonete pra mim?”

Primeiro eles me mostraram as opções de refil. Mas expliquei que eu realmente gostaria de evitar o plástico... “É você tem razão”, eles disseram. PRONTO! Mais uma questão resolvida...

Entreguei meu “potinho” e, além de ficar mais em conta do que as opções industrializadas de refil, nosso sabonete ficou mais “limpo”. Tive a opção de não colocar o corante na fórmula (que deixa visualmente mais “bonitinho”, mas não necessariamente mais saudável – os alérgicos que o digam), além de poder escolher o cheirinho...

Simples assim!

Agora é a sua vez...

Por uma casa sem lixo.