O problema da publicidade direcionada para as crianças. O que fazer?
Uma das grandes responsáveis pela futura produção de lixo na sua e na minha casa é a mídia. Escolhi introduzir este assunto desconfortável começando pela parte mais fraca da casa, as crianças.
Você conhece o conteúdo que os seus filhos estão recebendo através das mídias (e redes sociais)?
Aqui em casa percebemos que quando o Theo, nosso filho mais velho, assistia os canais à cabo de programação infantil ele vivia exposto a um mundo de ofertas e propagandas muito envolventes. Ouvíamos mais de uma vez ao dia: “Pai, mãe, eu queria tanto...”
Isso sempre me incomodou! Meu filho não tinha e ainda não tem a menor condição de assimilar todas aquelas informações. Não foi à toa que, (antes tarde do que nunca!) em abril de 2014, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente considerou abusiva toda publicidade direcionada à crianças.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (art. 37) é abusiva, entre outras, “a publicidade que se aproveite da deficiência de julgamento e de experiência da criança ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à saúde”. Saiba mais aqui.
Anos antes, em 2008, Estela Renner, denunciou aquilo que muitos faziam vistas grossas, através do documentário “Criança, a alma do negócio”, trazendo a reflexão sobre como as mídias impactam na formação de crianças e adolescentes.
Você sabia que apenas 30 segundos são necessários para uma propaganda influenciar uma criança? Essa informação é ainda mais assustadora quando pensamos que grande parte das crianças ficam horas na frente da TV! Vale a pena assistir o documentário produzido pela Maria Farinha Filmes, que está disponível no Youtube - só clicar AQUI!
As crianças de hoje tem preferido comprar a brincar!
PARA TUDO! Tem alguma coisa muito errada.
Nossa família se esforça para se livrar desse tipo de lixo também. Aqui em casa definimos um limite máximo de 2 horas por dia de eletrônicos (TV, Internet, Celular...). Na TV preferimos os DVDs e o Netflix (supervisionado, claro) pelo simples fato de não terem propaganda. Celular e Tablet eles não usam, apenas na casa dos avós.
Os “Queria tanto...” que ouvimos agora, em geral, têm a ver com os brinquedos que os amigos tem. E aí surgem as oportunidades para muitas conversas, ensino e inclusão dos pequenos nesta nova, longa e desafiadora jornada.
Além disso, gostamos muito dos jogos de mesa, dos brinquedos de montar, quebra-cabeças... Envolvem toda a família, são ideais para nos conhecermos melhor, olharmos uns nos olhos do outro, ensinar a resolver conflitos e, a brincar... Afinal, a criança não quer o brinquedo, ela quer mesmo é a brincadeira!