Casa Sem Lixo na África do Sul
Quanto menos industrializado é o local menos lixo produz. O "desenvolvimento" está muitas vezes destruindo aos poucos o nosso planeta.

Lembro quando vi uma das primeiras postagens do Casa sem Lixo no Facebook. Comentei algo como: que legal, quem sabe eu animo!

 

Não fazia ideia de que um dia eu iria realmente animar, e muito. Coincidentemente, na mesma época a Bea Johnson (pioneira no conceito Desperdício Zero) estava aqui na África do Sul, aonde eu vivo, dando algumas palestras. Nos quarenta e sete do segundo tempo consegui um ingresso para a palestra dela, que foi basicamente o que eu já tinha visto no You Tube (vale muito a pena assistir).

 

Por causa da Nicole, do Casa sem Lixo, dei uma de fã e pedi uma foto com ela o que me abriu uma empolgante conversa de uns dez minutos. Além de conhecer pessoalmente a Bea, através desse encontro pude me conectar com várias pessoas que estão em diferentes níveis tentando reduzir a quantidade de lixo que produzem.

 

Através desse grupo tenho aprendido maneiras práticas de reduzir o lixo em minha casa, poluir menos o meio ambiente e o meu corpo.

 

Uma das coisa que me motivou a começar nesse caminho, além do blog Casa sem Lixo foi o fato de antes de morar aqui eu ter morado em Moçambique por alguns anos. Lá percebi como alguns moçambicanos costumam produzir pouquíssimo lixo pois se alimentam de forma mais natural, muitas vezes por falta de recursos e acesso a produtos industrializados.

 

Pode parecer um tanto quanto óbvio que quanto menos industrializado é o local menos lixo produz. Ou seja, o que muitas vezes vemos como desenvolvimento está na verdade destruindo aos poucos o nosso planeta. Será isso mesmo desenvolvimento? Acho que não.

 

Temos muito o que aprender com as pessoas que tem poucos recursos. Elas têm muito a nos ensinar sobre a nossa dependência dos produtos que consumimos e sobre como a nossa vida pode ser bem mais simples.

 

Embora vizinhos, África do Sul e Moçambique são planetas distintos. O nível de consumo aqui é altíssimo e praticamente tudo vem embalado, inclusive frutas, legumes e verduras. Fiquei chocada ao ver a quantidade de lixo que minha família passou a produzir. Esse contraste me levou a repensar meus hábitos e a começar a pensar em alternativas.

 

Tenho aprendido aos poucos a eliminar o uso de plástico, a comer de forma mais natural, a usar diferentes produtos (bicarbonato, limão, vinagre, óleo de côco) para limpeza e afins.

 

Não envolve apenas consumo e produção de lixo é também um convite à reflexão do que comemos, o que usamos no nosso corpo, qual o impacto estamos causando no planeta.

 

É a oportunidade de exercemos o cuidado com a criação de Deus e perceber que a vida é muito mais do que produzir para consumir. Como me disse a Bea naquele dia, não se trata de mudar tudo de uma vez, se trata de uma jornada.

 

Muito obrigada Casa sem Lixo, pela parceria nessa jornada!
Rebeca Almeida - amiga querida da adolescência

amiga
Rebeca Almeida e a Bea Johnson