Tempero Sem Lixo

Uma das coisas que amo fazer é compras à granel! Tenho a sensação de compra "limpa"...

Uma das coisas que amo fazer é compras à granel! Tenho a sensação de compra "limpa".

Volto pra casa somente com aquilo que me será útil e, se fizermos bom uso destes itens não haverá desperdício, ou "lixo" envolvido.

Com os meses passando percebi a dificuldade de comprar "temperos" à granel, pois normalmente são produtos que tanto compramos em menor quantidade, como armazenamos em potes menores, o que acaba tornando mais difícil a compra.

Antes de conhecer o movimento Lixo Zero costumava compra-los em potinhos apropriados para o usa, com furinhos + tampa vedadora, porém de plástico. Quando o tempero terminava, comprava apenas o “refil”, embalado nos malditos saquinhos plásticos que em seguida, não teriam função para mais nada.

Como sabemos, mesmo que enviados para a coleta seletiva, muito dificilmente são de fato reciclados aqui no Brasil. Além disso, o próprio potinho do tempero, com o passar dos anos vai ficando “complicado” de ser higienizado e, acaba indo parar no lixo também.

Não queria alimentar mais este “ciclo” e sem saber como solucionar o problema, nossa caixinha de temperos antiga acabou ficando meio “desfalcada”, por alguns meses, pois não tinha coragem de comprar os mesmos temperos embalados de sempre!

A solução foi encontrar potinhos menores, de vidro para tanto armazenar e higienizar com facilidade, como fazer a compra à granel, sem sujar a loja toda! Por que claro, é bom lembrar que sempre precisamos contar com a boa vontade das vendedoras para fazerem este serviço pra gente!

Por fim, acabei ganhando de uns amigos queridos potinhos fofos com tampa hermética, que serviram direitinho para este fim! Mas, na verdade a ideia é sempre usar e reutilizar o que temos.

Fica então a dica: é possível comprar até mesmo os nossos temperos à granel, contribuindo assim para a economia do planeta e da nossa casa, uma vez que podemos comprar apenas a quantidade necessária!

Sabonete Sem Lixo

Um bom sabonete natural e artesanal tem o seu valor!

Você já parou pra pensar que a sua pele é o maior órgão do seu corpo? Sim! E ela é demais! Tem como principais funções proteger, regular temperatura, reservar nutrientes e conter terminações nervosas sensitivas. Uau! Não é incrível?!

Vamos então falar sobre como mantê-la limpa. Para isso precisamos nos perguntar qual é o nosso conceito de limpeza? Ouso afirmar que muito do que entendemos por limpeza atualmente passará por um ingrediente poderoso.

Ele chegou até nós por meio da indústria, há pelo menos um século, chamado Lauril Sulfato de Sódio, responsável pela produção da queridinha espuma, que na verdade não limpa nada, mas nos dá a “sensação de limpo”.

Este ingrediente pode ser encontrado em diversos produtos de limpeza e dependendo da sua concentração pode desencadear reações alérgicas diversas, provocando efeitos tóxicos em animais e humanos (leia mais aqui).

Bom, não tem que fazer espuma pra limpar e conhecer a composição do sabonete que usamos na pele é super indicado.

Importante abrir exceções para pessoas que trabalham em hospitais, ou áreas específicas onde há manuseio de objetos com graxa, por exemplo. São casos pontuais que exigem uma limpeza mais profunda.

No entanto, em geral, não acredito ser necessário usar o sabonete em toda a pele a cada banho tomado. Além de um desperdício de recursos, nossa pele merece ser tratada com mais carinho!

Outro ponto que vale a pena lembrar é a função da água neste processo! Gente, a água limpa! Especialmente a água encanada dos grandes centros urbanos que já chega até nós tratada com cloro, um antibactericida potente!

Logo, nossa experiência aqui em casa tem sido buscar sabonetes mais “gentis” que são usados com mais respeito a nossa pele e ao próprio planeta.

Como já tem muita gente legal fazendo sabonetes naturais por aí, nunca me aventurei na saboaria. Adoro visitar feirinhas alternativas, veganas e comprar produtinhos feitos com carinho, cheirosíssimos e, na maioria das vezes sem embalagem (perfeito!)!

Eles são mais caros? Sim. Se comparados aos sabonetes convencionais vendidos nas farmácias e supermercados, são sim. No bolso são mais caros, mas como acabam sendo usados com mais delicadeza tem uma durabilidade maior.

DICA: Quando as barras dos sabonetes naturais são grandes costumamos cortar ao meio para que durem mais!

Infelizmente não vou saber o nome de muitas marcas, dos produtores locais que vendem nas feiras, MAS, deixo aqui a dica incrível e necessária: privilegie sempre o comércio local!

Barbeador Sustentável

Lembra daquele barbeador que o seu avô usava, todo de metal, com a lâmina separada… Então!

Lembra daquele barbeador que o seu avô usava, todo de metal, com a lâmina separada… Então! É sobre ele que eu gostaria de escrever hoje. Coisa rara de se ver nas prateleiras das farmácias, muito menos dos supermercados, onde os itens de beleza e cuidados pessoais se acumulam!

Hoje em dia para encontra-lo você terá de ir a uma farmácia de bairro, dessas que fazem pedido para o cliente, como a que eu frequento, que compra basicamente para atender alguns clientes mais idosos que não abrem mão desta quase relíquia.

Mas Nicole, não seria um retrocesso voltar a usar este aparelhinho perigoso? Não quando olhamos para os modernos barbeadores atuais, feitos de vários tipos de plástico, misturado com metal que muito dificilmente serão reciclados. Não há tecnologia para tanto. É pior que a escova de dentes…

Na era dos descartáveis confesso que demorei a aceitar mais esta troca. Primeiro porque o nosso barbeador “moderno” durou pra caramba. E ele nos permitia trocar apenas a “cabeça”, reutilizando o cabo. Mas as vezes tínhamos dificuldade de encontrar o refil, ele foi ficando gasto… gasto… até que resolvi me aventurar e procurar o tal barbeador do vô.

De fato, exige mais cuidado. Não dá pra usar no chuveiro, durante o banho, quando a água corre solta pelo ralo. PONTO POSITIVO!

Outro ponto importante é que ele me lembra de sempre manter minha pele hidratada. Não basta hidratar só depois de usá-lo, caso contrário vai judiar mesmo. Mais um PONTO POSITIVO.

O valor é super acessível. Não gastei mais do que R$12,00 para comprar aparelho mais kit com 10 lâminas, todas embaladas no papel! Amei. Mais um ponto interessante é o descarte destas lâminas, que não podem ser descartadas no lixo comum. Minha dica é que você vá até a barbearia mais próxima (e hoje em dia parece haver uma em cada esquina), bate um papo com o barbeiro e pergunta se ele não topa descartar as suas lâminas junto com as dele. Já faz amizade!

Fiz um vídeo só sobre isso no canal do Youtube. Dá uma olhada e confere como montar e usar. Só clicar AQUI.

Boa aventura!

Shampoo Sólido

Fiquei encantada com a possibilidade de higienizar meus cabelos e couro cabeludo sem agredir meu corpo e nem o planeta...

Há pelo menos dois anos, desde que entrei em contato com o movimento Lixo Zero procuro formas mais naturais de consumir. Isso abrange todas as áreas da nossa vida em família.

No final de 2016 comprei meu primeiro xampu sólido. Fiquei encantada com a possibilidade de higienizar meus cabelos e couro cabeludo sem agredir meu corpo e nem o planeta.

Importante destacar aqui que, por ser muito alérgica e, ver minhas alergias “se manifestando” especialmente na pele, estava realmente esperançosa com a nova ideia. A embalagem era compostável, os ingredientes super naturais, não tinha como dar errado.

O que ninguém me avisou é que seria necessário um período de adaptação. Sim, da mesma forma que aconteceu com o desodorante natural.

Os xampus naturais possuem uma forma diferente de comunicação com o nosso corpo, se comparados aos xampus “tradicionais”. Basta ler a composição de ambos e notar as gritantes diferenças!

Segundo a Cristal Muniz, do blog Um Ano Sem Lixo, devemos evitar produtos que contém os seguintes ingredientes: parabenos, óleo mineral ou parafina líquida e petrolatos em geral, sulfatos e silicones.

Já adianto que nem sempre eles se apresentam com estes nomes. Ler rótulos pode ser uma tarefa bem complicada, uma vez que a indústria muitas vezes usa a nomenclatura em inglês entre outros probleminhas.

Leia mais sobre este assunto AQUI neste post da bela Cristal.

Enfim, não quero desencorajá-la a ingressar nessa viagem DETOX. Por que SIM, o período de adaptação é como um detox que eu demorei a aceitar.

Aqui a dificuldade foi lidar com a oleosidade e a sensação de ter o cabelo sempre sujo! Isso aconteceu porque meu couro cabeludo estava habituado aos xampus mais adstringentes, que o limpavam tão profundamente e agressivamente ao ponto de tirar toda a água - mas sempre com uma falsa sensação de limpeza e hidratação… pura dependência química.

O diálogo entre xampu tradicional e couro cabeludo funciona mais ou menos assim:

O vilão “Xampu Tradicional” arromba a porta gritando:

— Vim roubar tudo o que você tem de bom, sua capacidade de auto-hidratação, sua oleosidade saudável e natural… Vai todo mundo pro ralo!

O “Couro-cabeludo” apavorado e espantado, sem poder fazer muita coisa para impedir a ação do seu inimigo, em silêncio pensa assim:

— Oh céus! Preciso fazer alguma coisa! Já sei! Vou unir todas as minhas forças e produzir uma quantidade extra de oleosidade e hidratação.

E a vida segue desta forma. Até que o dono do couro-cabeludo decide usar um xampu mais respeitoso e companheiro dos seus cabelos. Num primeiro momento tudo é festa, mas em no máximo 1 semana o couro-cabeludo entra em parafuso. Ele continua caprichando na sua “autodefesa” e enviando oleosidade extra… Leva um tempo até que ele compreenda que pode “baixar” as armas e viver harmoniosamente com seu mais novo parceiro, o Xampu Natural.

É gente… no meu caso esse diálogo (e porque não dizer, essa guerra) se estendeu por muitos meses. Me faltava paciência para encarar essa adaptação. Acabava cedendo aos xampus antigos, alternando com os naturais, sempre infeliz e contrariada, não permitindo que o DETOX se completasse.

Há 3 meses isso mudou. Não tive nenhuma recaída. Perseverei e os resultados são os melhores! Por isso indico de olhos fechados mais este desafio, mais uma mudança na sua rotina, na direção de uma vida cada dia mais limpa, com menos lixo!

Existem muitas marcas por aí! Dá uma pesquisada!

Espero de coração que a sua experiência seja melhor que a minha! Coragem!

Confira AQUI nosso vídeo sobre Xampu sólido… 

Manteiga Hidratante – Body Butter

Uma das vantagens dos produtos caseiros, além da economia, é saber exatamente o que você está colocando no seu corpo...

Como já escrevi antes, a Casa Sem Lixo abriu um delicioso mundo de possibilidades. Sempre fui vaidosa (confesso que muito mais do que hoje!) e me interessei por maquiagem e cosméticos de uma forma geral.

Ainda me lembro de acompanhar meu pai no supermercado e, enquanto ele comprava tudo sozinho eu ficava em um só corredor... Qual será? Aquele dos shampoos, cremes, esmaltes, etc.

Graças a Deus, hoje entendo quão nocivos eles podem ser à nossa saúde e à saúde do planeta. Desde então, tem sido um prazer pesquisar e testar receitas naturais, produtos orgânicos.

Uma das vantagens dos produtos caseiros, além da economia, é saber exatamente o que você está colocando no seu corpo. Segue então mais uma receita simples e deliciosa, um hidratante corporal vegano usado na pele de todos os membros da família.

Existem pelo menos duas maneiras de fazê-la. A primeira é basicamente como faço a Manteiga de Cera de Abelha, leia mais AQUI.

A segunda é mais “rústica”, sem aquecer os ingredientes, quase como fazer uma receita de bolo. Aprendi a fazer deste modo no canal do Youtube da Taty Alencar (confira aqui).

INGREDIENTES:

2 PARTES MANTEIGA KARITÉ

1 PARTE ÓLEO DE COCO

1 PARTE ÓLEO DE AMÊNDOAS

ÓLEO ESSENCIAL

MODO DE FAZER:

  1. Em uma tigela, coloque MANTEIGA + ÓLEO DE COCO + ÓLEO DE AMÊNDOAS e misture bem com auxilio de um fuê até fazer pequenas bolhas (textura aerada).
  2. Levar ao congelador por 5 minutos (indico o uso de um despertador!).
  3. Em seguida, “quebre” a “crosta” na parte de cima da receita e misture muito bem mais uma vez, até ficar com uma textura cremosa.
  4. Se achar melhor, leve novamente ao congelador, repetindo quantas vezes achar necessário, ou até conseguir a textura desejada.
  5. Acrescente o óleo essencial da sua preferência, mexa mais um pouco e armazene num potinho (#reutilize)

DICAS:

- Em regiões com clima mais quente sugiro o uso de manteigas mais consistentes para não ficar tão líquida. Por exemplo: 1 parte de Manteiga de Karité + 1 parte de Manteiga de Cacau.

- Outras manteigas que podem ser usadas também são: Manteiga de Abacate e Manteiga de Manga (deliciosas).

- Se quiser “facilitar” a vida, faça uma quantidade maior e congele, sempre atento às validades dos ingredientes.

- Sobre validade, atenção à textura, aparência e odor. Caso haja alteração vale a pena descontinuar o uso.

- Marcas legais para aquisição de óleos e manteigas: Harmonie Aromaterapia, Lazlo, Terra Flor, DoTerra.

Espero que você goste!

A Cultura do Acúmulo

“...quanto mais as pessoas consomem, mais infelizes as pessoas ficam. Quanto mais se exibem, mais inúteis elas se sentem. Dá trabalho viver no excesso..." Miriam Goldenberg

Ainda me lembro das tantas revistas compradas e pesquisadas a fim de encontrar a estante perfeita, o modelo ideal para nossa sala... Os tempos eram outros. Meus objetivos, interesses estavam olhando para outra direção.

Não havia uma preocupação com o tanto de coisas acumuladas. Não que eu fosse grande acumuladora. Creio que não. Tenho um pensamento um tanto prático e funcional, mas me faltavam dados... Ou não seria mais contato com a natureza e sua realidade?

Há pouco mais de cinco anos mandamos fazer a estante da sala, desenhada por mim, com a ajuda dos cunhados “arquitetos” que me ajudaram a colocá-la “de pé”.

Em momento algum passou pela minha cabeça o trabalho que ela traria... Limpar cada nicho é uma tortura. Organizar nem tanto... Afinal, essa parte ainda me traz um certo prazer.

Eu só pensava na possibilidade de colocar e organizar as coisas num só lugar, ao invés de deixar tudo espalhado pela casa. Sinceramente, quase 6 anos depois, constatamos que isso na verdade não aconteceu. Os livros continuam presentes em cada cômodo, assim como brinquedos e outros tantos objetos.

Apesar de ter diminuído em pelo menos um terço a quantidade de “tralhas” armazenadas na estante da sala, minha mente “lixo zero” de quase “ativista” considera um exagero tudo que continuamos acumulando. Mas meu coração “apegado” ainda não liberou tudo...

Creio que isso jamais acontecerá (nunca diga nunca!), porém, por ser uma eterna esperançosa, sonho com o dia em que o menos prevalecerá integralmente em nossas vidas.

Amo essa reflexão da Miriam Goldenberg, tirada de uma reportagem da revista Vida Simples: “...quanto mais as pessoas consomem, mais infelizes as pessoas ficam. Quanto mais se exibem, mais inúteis elas se sentem. Dá trabalho viver no excesso: ter dezenas de namorados, ler 300 jornais, ter uma opinião sobre tudo – não é fácil.”

O planeta não suporta mais esse estilo de vida. Acumular está fora de moda. Decidi levantar essa bandeira manchada de sangue de pessoas e animais – trabalho escravo, poluição, desmatamento, etc...

Deixo aqui o desafio de periodicamente passearmos pelos cômodos da casa, do escritório, da empresa... às gavetas do banheiro, os armários da cozinha, estantes e guarda-roupas... com este olhar atento ao meio-ambiente e cada vez menos conectato às mentiras vendidas pelo capitalismo selvagem (ô, ô, ô. – como tanto cantaram os ‘Titãs’ no século passado).

A Bota Vermelha

Onde estarão as milhares de botas vermelhas fabricadas para este inverno, no inverno de 2020?

Genteee... agora é a hora da bota vermelha! Sério, não tenho nada contra bota vermelha (também não sei se a favor!). M-A-S vamos combinar que se você usasse uma bota vermelha em 2013 das duas uma: ou você seria visto como alguém muito autêntico ou muito estranho.

Adooooro autenticidade e não é sobre isso que eu estou escrevendo aqui, a questão é para onde vão as milhares de botas vermelhas fabricadas para este inverno, no inverno de 2020? Isso pra não dizer 2019... sinceramente não sei se duram muito até lá!

Esses dias digitei no Pinterest: “Tendências inverno 2018”. Foi um choque! Diante dos meus olhos se abriu uma sequência de imagens onde a queridinha da vez me pareceu ser a dita. De todas as formas e texturas, curta e até longa... sim! BOTA VERMELHA E LONGA...

Ai gente... Desculpa mais uma vez, mas vamos combinar, que independente do meu gosto pessoal, quanto tempo essa moda vai durar?

Lembrei de Gilles Lipovetsky, autor de “Império do Efêmero”, um livro lido na época da Faculdade de Moda. Uma verdadeira crítica ao que a moda se tornou. Quase que um veículo de imposição, onde a sociedade passa a seguir uma lógica de consumo baseada no capitalismo e o desejo insaciável de compra em coisas fúteis.

Perdão aqueles que amaram e inclusive compraram a tal bota vermelha, porém não poderia ter encontrado exemplo melhor para falar deste assunto.

Hoje é a bota vermelha, no verão será outra coisa, e assim sucessivamente, até o dia que a gente não tiver recursos suficientes nem mesmo para o básico...

Pronto falei.

P.S.: Para continuar refletindo sobre este assunto, assista ESSE VÍDEO.

Tem Lixo no Quarto das Crianças?

Sobre acúmulo, estímulos sociais e proteção... 4 Dicas para o quarto das crianças.

Há tempos venho pensando em escrever sobre como lidamos com o acúmulo de coisas no quarto das crianças... Este é um cômodo que precisa de um olhar atencioso, paciente e cheio de amor! Né!?

Sim, assim como os adultos, as crianças são "bombardeadas" diariamente pela indústria do consumo, seja pelas diversas mídias, incentivo de familiares, amigos ou colegas da escola. Que D-E-S-A-F-I-O protegê-las de tanto "lixo".

A pediatra oferece um balão no final da consulta, o mesmo acontece quando entramos na loja de calçados infantis... Nem somos consultados e nossos filhos já tem balão e balinhas nas mãos (affff...). E aí temos que usar de toda gentileza e educação para recusarmos com "elegância", sem perder a "amizade" nem dar uma de "eco-chato".

Como faz então?! Como manter o quarto delas arrumado, e aqui entenda por quarto o "cantinho" delas, o lugar escolhido para guardar os seus pertences: roupas, calçados, brinquedos, etc. Já parou pra pensar no tanto "de coisas" dos seus filhos entram diariamente na sua casa? Como entram? De onde vem? Porque entram? Onde são armazenadas? Porque são armazenadas?

Eu realmente acredito que como responsáveis precisamos proteger nossos filhos de uma cultura que muitas vezes fere os nossos valores e desrespeita tanto o meio-ambiente quando não impõe limites, uma vez que eles existem; ao invés disso, produz exageradamente e ininterruptamente.

Quando escrevo proteger não quero dizer que nossos filhos devam viver alienados da realidade, de forma alguma. Mas eles com certeza precisam ser ensinados, instruídos. Gosto muito de um provérbio hebraico que diz: "Ensine às crianças no caminho que devem trilhar, para que nunca se desviem dele."

Numa sociedade tão consumista como a nossa é necessário educarmos nossos pequenos consumidores desde bem cedo, para que desde já aprendam a fazer a coisa certa.

DICAS PRÁTICAS:

  1. ENTRA UM, SAI UM - Aqui em casa tentamos fazer valer a regra do "entra um, sai um". Quando ganham algum brinquedo, roupa, ou acessórios, precisam doar algum que está em uso. Primeiro porque não precisamos de tanto, segundo porque com certeza tem muitos que precisam e as crianças PRECISAM saber disso desde cedo. Dividir, compartilhar, compaixão, empatia... São boas práticas que fazemos questão de tentar imprimir no coração dos nossos filhos.
  2. QUALIDADE X QUANTIDADE - Criança quer a brincadeira não o brinquedo! Então prefira itens de qualidade, que poderão ser usados por gerações. Sabe aqueles brinquedinhos que vem como "brinde" no restaurante? RECUSE! Aliás, se possível, passe longe destes fast-foods. Eles não tem vida longa e as mesmas crianças que fizeram um chororô para você adquiri-lo esquecerão destas "coisinhas" em minutos! Experiência própria. Essa dica serve para as roupas e acessórios... Nina usa roupas que já foram usadas por duas meninas, escrevi melhos sobre isso AQUI.
  3. ATENÇÃO ESPECIAL À TV E MÍDIAS SOCIAIS - Como já escrevi antes, o contato dos nossos filhos com as mídias sociais e TV é supervisionado e limitado. Evitamos canais que passam propagandas. Eles não tem acesso à internet, celular, mesmo porque tem 7 e 3 anos. Idade de brincar, correr, criar...
  4. LIDANDO COM AS COMPARAÇÕES - Quando a famosa frase "Mas meu amigo tem" surge, é a hora perfeita para conversarmos sobre os valores da nossa família e porque não, sobre a realidade do planeta. Aí sim vale a pena recorrer à internet para mostrá-los outras realidades (claro que com respeito a capacidade intelectual e emocional deles)... Porque não, né?

Concluo com uma reflexão do neto do grande Mahatma Gandhi:

"Muitas vezes nos comparamos apenas com quem tem mais do que nós. Mas apreciar o que temos leva à compaixão por quem precisa de nossa ajuda." Arun Gandhi

Confira mais sobre este assunto neste vídeo no nosso canal do YouTube!

REPENSE

Uma casa sem lixo não vem pronta, aliás, pelo contrário, ela automaticamente é, e coexiste com milhares de outras casas...

"O poder de uma pergunta é a base de todo o progresso humano." Indira Gandhi

Como repensar quando estamos no “piloto-automático”? Quando parece que não fomos “programados” para tal tarefa?

Muitas vezes me sinto assim, como se tivesse perdido o direito de algo tão básico, tão meu, tão vital.

Me lembro de quando, sem saber, em uma feira “alternativa” peguei nas mãos um copo coletor, ou coletor menstrual, pela primeira vez. Nunca tinha visto, nem ouvido falar daquele objeto. Ao ler do que se tratava na embalagem, soltei rapidamente na prateleira. Ui! Pensei eu... Ui!

Mas peraí. Ui do quê? Ui por que? Ui para mim? Ui para o meu sangue? Ui de ser mulher?

Após muito repensar:

Ui!!! Pra quem fez com que eu me sentisse assim sobre mim mesma!

Ui!!! Pra uma indústria que promove tanto lixo e tenta “abafar” toda a possibilidade de fazer diferente, de me ver diferente e, olhar/sentir o meu corpo como ele de fato é. Aí sim: ui! (mais sobre este tema AQUI)

Brincadeiras (ou não) a parte, este é apenas um pequeno exemplo deste brilhante processo que é repensar e promover o repensar. Afinal é assim que me sinto nos últimos 15 meses, uma promotora do repensar.

Uma casa sem lixo não vem pronta, aliás, pelo contrário, ela automaticamente é, e coexiste com milhares de outras casas que produzem muuuuuito lixo.

Casas que sem saber não repensam. Casas que não sabem que assim como os botões da caixa de distribuição de luz, existem infinitos botões, conectados às mais diversas áreas da vida, em uma outra caixa... Ou não seria uma caixa aberta? Uma “não-caixa”? Um “fora da caixa”...

Onde as possibilidades são tantas, são novas e podem tornar a vida tão mais coerente, interessante e bela.

#repense