KORUI: Questionar é preciso!

Uma viagem, contato com outras culturas, questionamentos e o nascimento de um negócio sustentável!

Adoro contar histórias e se elas envolvem de alguma forma um estilo de vida questionador e sustentável, uau! Tudo a ver com a nossa Casa Sem Lixo.

Hoje vamos contar a história (meio entrevista!) da KORUI, uma empresa linda que nasceu do amor e do desejo de fazer a diferença! Motivados por questionamentos interiores a respeito do estilo de vida que levavam, Luisa e Pedro resolveram viajar pelo mundo apenas com o dinheiro da passagem de ida! Resultado: dois anos e meio de vivências incríveis e mais questionamentos sobre a vida. Entre as principais reflexões estava a relação com os produtos descartáveis.

As experiências da viagem envolveram muito trabalho: remunerado (EUA e Nova Zelândia) e como voluntários (Tailândia e na Índia); e um aprendizado especial de que é possível fazer as coisas de forma diferente. Com planejamento, esforço, tempo e empenho, aos poucos, o casal começou a perceber as mudanças acontecendo em seus hábitos. E foi assim que surgiu a ideia de investir em alternativas menstruais. 

O questionamento dos "descartáveis" os levou ao tempo das suas avós, que usavam panos de algodão dobrados, presos com alfinetes nas calcinhas. As alergias eram inexistentes, gastava-se pouco e o planeta era mais verde. Mas como usar absorventes de pano em um mundo onde a praticidade é fundamental? Dessa busca, o sonho de trabalhar com algo que tivesse um impacto positivo para o planeta começou a tomar forma.

KORUI – OS PRODUTOS

Os absorventes reutilizáveis vieram primeiro. Após meses de testes e pesquisas em busca da combinação de tecidos mais eficiente (melhor absorção, conforto, ajuste e resultado), em 2013 os primeiros modelos foram lançados. E assim nasceu a Korui, cujo nome é baseado em um símbolo indígena da Nova Zelândia que significa nova vida, novos começos, crescimento, força e paz.

Aos poucos a Korui expandiu o portfolio de produtos, lançando o coletor menstrual, um copinho de silicone que é dobrado e inserido no canal vaginal para coletar a menstruação, e a calcinha absorvente, que parece com uma calcinha comum, mas é capaz de absorver o fluxo menstrual e não deixar passar para a roupa.

ROTINA DE TRABALHO 

"Quando trabalhamos com algo que amamos, nós não trabalhamos". Esta frase define o sentimento do Pedro e da Luisa, que agora são pais da Clara e do Gael! Eles enxergam o trabalho como uma causa. A rotina é puxada, conciliando tempo de qualidade com os filhos e os desafios diários de uma empresa que durante muito tempo funcionou em casa, mas hoje já possui um escritório.

A CONFECÇÃO

A própria Luisa foi a responsável pela costura dos absorventes durante muito tempo. Com o crescimento a Korui precisou buscar alternativas para a produção, que atualmente acontece em vários lugares de Santa Catarina. “Trabalhamos em parceria com costureiras autônomas e facções maiores. Mas sempre tomamos o cuidado de valorizar a mão de obra de quem trabalha direta ou indiretamente com a Korui. E é emocionante ver os resultados. A Korui proporciona, por exemplo, uma renda muito melhor para as costureiras autônomas, não demora muito até elas recusarem outros serviços e ficarem só conosco. Fora que elas adoram trabalhar com algo tão diferente e que gera tanta curiosidade nos vizinhos (risos)!” Assegura Luisa.

O MERCADO

Este tema continua ainda sendo um tabu. "Como lavar?" Essa é a pergunta mais enviada. Parte do tabu foi criado e é incentivado continuamente pelas grandes corporações que vendem absorventes descartáveis. Todo o marketing dá a entender que o sangue menstrual é sujo, tem cheiro ruim e precisa ser descartado, quando na verdade é lindo, cheio de vida, não cheira mal e é um adubo rico e cheio de nutrientes para as plantas!

E aí está o outro lado desta história (ou não seria causa!?): o incentivo à mudança social, o resgate de um mundo no qual o natural é belo e o corpo feminino mágico.

CLIENTE KORUI

São pessoas que buscam alternativas aos produtos de higiene menstrual encontrados hoje. Algumas por questões ecológicas, outras desejam opções mais saudáveis. Existem ainda as que procuram alternativas que valorizem o sangue menstrual e ajudem quebrar todo esse tabu que envolve a menstruação.

COMPROMISSO SOCIAL

Talvez para quem cresceu na cidade seja difícil de imaginar que ainda existam muitas comunidades pelo mundo onde as mulheres não têm acesso a produtos de higiene menstrual, recorrendo a métodos não seguros como jornais ou miolos de pão. Mas essa é a realidade de tantas pessoas. E é por isso que a Korui tem o compromisso de doar 1 coletor menstrual a cada 10 vendidos. O coletor menstrual facilita a vida das pessoas em idade fértil. Durante muitos anos elas não vão precisar se preocupar com a menstruação. Isso não apenas gera saúde, mas confiança e dignidade. Este projeto incrível recebeu o nome de “Dona do meu Fluxo” e já beneficiou mais de 800 mulheres.

FEEDBACK

Korui não vende apenas alternativas menstruais, mas a esperança de um mundo melhor, sem tabus, sem preconceito. Desta forma, as pessoas que optam pelos produtos Korui normalmente tem orgulho desta decisão. A satisfação é ainda maior ao descobrirem que o uso é bem mais fácil do que se imagina: eles não vazam, atendem super bem as necessidades e são muito fáceis de usar e lavar. O resultado é o crescimento dessa rede de mulheres que desejam cada vez mais compartilhar com o mundo suas novas descobertas.

CONTROLE DE QUALIDADE

Todos os produtos passam pelas mãos da equipe interna que, com cuidado, procura imperfeições, defeitos no formato e até mesmo excessos de linha. “Para nós é muito importante que cada um dos nossos clientes tenha um produto Korui perfeito, de primeira linha!” declara Luisa.

FUTURO 

De acordo com Pedro e Luisa: “Nossos planos vão muito além de crescer ou aumentar vendas. Buscamos transformar sociedades, quebrar tabus e preconceitos. Alternativas menstruais reutilizáveis mudam o relacionamento das mulheres com o próprio corpo e empoderam. Nossa missão é incentivar uma forma de higiene menstrual natural e honesta, que dá valor ao sangue menstrual e respeita a beleza natural do corpo feminino.”  

Registro aqui minha gratidão a essa família que soma tanto à nossa causa desafiadora que é viver uma vida sem lixo. O termo sem lixo é muito amplo, tem a ver com os resíduos sólidos, mas também os “resíduos” ou “rejeitos” emocionais que uma sociedade tão capitalista acaba reproduzindo dentro de nós. Então vamos nos unir a Korui e questionar também. Bora?

Confira AQUI nosso Bate-papo com a Luisa!

Shampoo em Barra ou Shampoo em Pastilha?

Como é feito o shampoo sólido e, porque algumas pessoas não se adaptam a ele?

Vocês já ouviram falar sobre shampoos sólidos? Nos últimos tempos ele vem chamando bastante atenção e despertando a curiosidade de muita gente, ele é item indispensável para quem quer manter os fios limpos e eliminar as embalagens plásticas do cotidiano. Mas afinal, como é feito o shampoo sólido e porque algumas pessoas não se adaptam a ele?

SHAMPOOS CONVENCIONAIS

Primeiramente vamos ter que falar um pouco sobre os shampoos convencionais. Feitos com uma media de 80% de água, a maioria contém em sua fórmula o Lauril Sulfato de Sódio, um surfactante (agente de limpeza) com grande poder de limpeza e muitas vezes agressivo ao couro cabeludo. Em contra ponto os condicionadores convencionais apresentam nas suas fórmulas silicones insolúveis e derivados de petróleo, os quais o Lauril Sulfato de Sódio remove na próxima lavagem, assim é iniciado um ciclo de dependência: O cabelo é lavado com um shampoo com alto poder de limpeza e condicionado com componentes que são removidos com mais facilidade por shampoos convencionais.

Os shampoos sólidos, em geral, são feitos com componentes mais naturais e suaves. A sua formulação livre de água o torna mais concentrado, fazendo que durem mais que as versões em frascos. Os surfactantes contidos neles tem um poder de limpeza menor que o Lauril Sulfato de Sódio, mas são perfeitamente adequados para limpar o couro cabeludo e os fios. No entanto, esses agentes de limpeza mais suaves não eliminam com facilidade os silicones insolúveis, petrolatos e outros componentes presentes nos condicionadores convencionais. Essa é uma das razões pela qual algumas pessoas não se adaptam a shampoos sólidos. Nessa caso a dica é usar um shampoo anti-resíduo para eliminar os resíduos de outros produtos dos fios, e a partir dai começar a utilizar o shampoo sólido e um condicionador livre de silicones insolúveis e petrolatos.

TIPOS DE SHAMPOO SÓLIDO

Existem basicamente dois tipos de shampoo sólidos que diferem na forma que são feitos. O shampoo em barra: produzido a partir de uma reação de saponificação, ou seja, a partir de álcali (o mais comum é hidróxido de sódio) e uma gordura (óleos, manteigas). O produto dessa reação resulta em uma barra com poder de limpeza, que dependendo das quantidades e da qualidade dos óleos e manteigas podem resultar em sabonetes ou shampoos em barra. Esse processo costuma resultar em uma barra levemente alcalina (pH 7 – 8). Esse é o segundo fator do porque muitos não se adaptem ou demorem a se adaptar ao shampoo em barra, pois o nosso couro cabeludo é em média de pH 5,5.

O segundo tipo é o shampoo sólido ou shampoo em pastilha: feitos a partir de surfactante provenientes de fontes naturais, estes não passam pelo processo direto de saponificação. Assim, o pH desse shampoo pode ser facilmente adequado ao pH do couro cabeludo, facilitando a adaptação e a troca dos shampoos convencionais para os shampoos sólidos.

Sendo shampoo sólido ou shampoo em pastilha, o que sabemos é que esses produtos vieram para ficar! Além de ser um novo produto para inserirmos na nossa higiene pessoal, ele também reforça a iniciativa de redução de embalagens plásticas no cotidiano, reconhecimento e valorização do trabalho artesanal e a conscientização dos produtos que colocamos em nossos corpos e no nosso meio ambiente.

Cauli - Natasha e Renata

Natasha Londero, 27 anos, manezinha da ilha, Doutorada em química pela Universidade Federal de Santa Catarina e apaixonada por pesquisa e desenvolvimento. Acredita que os ativos naturais associado a tecnologia podem trazer a melhor versão da beleza natural interna. Por esse motivo fundou a Caulí Beleza Natural juntamente com a Renata Marcelino, 28, carioca com coração de manezinha, arquiteta e encantada cada vez mais com o universo da cosmetologia natural. O propósito da Caulí é levar produtos naturais de alta qualidade sem agredir o meio ambiente e nosso corpo, trazendo mais equilíbrio entre nós, o que consumimos e o nosso planeta.

5 Coisas que Usamos até Terminar – Use o que você tem!

Simplesmente comprar um monte de coisas "sustentáveis" não é a solução!

É bem comum recebermos perguntas do tipo: “Agora o que eu faço com os meus potes plásticos?”, “E o estoque de sabonetes e pasta de dentes?”

Ao iniciar a jornada “Sem Lixo” muita gente se empolga e, como ainda não houve tempo suficiente para compreender e assimilar os princípios Lixo Zero, sai comprando um monte coisas “sustentáveis”.

Eu compreendo muito bem esse comportamento, porque sempre fui bastante consumista! De forma que comprar, além de me dar muito prazer, parece muito prático, certo?!

Não... Até 2016 sim, mas desde então NÃO! Quando compreendi o poder que tenho em minhas mãos como consumidora, passei a tomar decisões mais responsáveis. Toda a vez que compro alguma coisa, qualquer coisa, estou enviando uma mensagem: de que aquele produto é muito útil, muito bom, portanto, continuem fabricando pra mim!

Bom, como a ideia aqui é refletir e, refletindo sobre a atual situação do planeta chegamos à conclusão de que o cenário não é nada favorável. Então posso resumir de forma simplista que, em geral, o melhor produto, a melhor roupa, o melhor objeto é aquele que já existe. De forma que usar o que você tem é a maneira mais sustentável de se viver. Segue então uma lista de 5 coisas que usamos ou usaremos até o fim:

1. POTES PLÁSTICOS

Sim, eles têm um prazo de validade, mas os nossos tendem a duram por muitos anos. Como? Bom, evitamos colocar coisas quentes (o que ajudar a mantê-los por mais tempo), nunca usamos no micro-ondas (aliás, doamos o nosso!) e, apesar de serem plástico, não são descartáveis, pelo contrário, são leves, práticos e foram feitos para usarmos por bastante tempo.

2. PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL

A primeira vez que organizei nosso banheiro depois de conhecer o estilo de vida Lixo Zero, foi aterrorizante... Leia mais AQUI. Meu Deus! Porque uma família usa ao mesmo tempo 5 pastas de dentes diferentes? Porque estocar tanto sabonete? E os xampus? Nós tínhamos um pequeno supermercado dentro do banheiro. O que fizemos? Usamos tudo até acabar e aos poucos fomos substituindo por opções mais sustentáveis.3


3. PRODUTOS DE LIMPEZA

A lógica é a mesma. Um excesso de produtos, mas que já foram produzidos e adquiridos... Não, eles não fazem bem pra quase ninguém (exceto, talvez, seu comerciante), porém, encaremos a realidade: usamos estes produtos “até o presente momento”, então mais alguns meses não vão piorar as coisas. Não faz sentido jogar fora... mesmo porque não tem fora... Use!

4. PRODUTOS DE ESCRITÓRIO/PAPELARIA

Ô meu Deus... que difícil! Quanta tralha! Já fizemos muitas limpas, mas eles permanecem entre nós! Um exemplo são os famosos “post its”... Ou as centenas de canetas que se acumulam pela casa. Usaremos tudo, todas com muita responsabilidade, até o fim!5. ROUPAS DE ORIGEM DUVIDOSA

Sabe aquela roupa daquela loja que fabrica tudo na Índia, ou em Bangladesh, que você não tem a menor ideia sobre as condições de trabalho dos seus produtores? Então, tem que usar até o fim e fazer valer a pena cada gota de suor ou de sangue colocados nela... e, por favor, pense duas vezes antes de comprar nessa loja de novo (NÃO MAIS!).

E aqui deixo uma super indicação, o Documentário The True Cost, disponível no Netflix, e você pode conferir o trailer AQUI!

Assita o VÍDEO DESTE POST AQUI!

Meu Casamento, Minhas Unhas

"...vi uma foto da Nicole que fez muito sentido pra mim, ela numa festa sem fazer as unhas..."

Eu comecei nessa jornada lixo zero faz pouco tempo. Apesar de estudar a área ambiental há mais de 10 anos, desde o técnico até o mestrado, eu era da teoria que empurrar para a população a pressão de melhorar o mundo é muito injusto!

São as indústria e agricultura que fazem tudo de errado e o governo parcialmente se omite gerando um impacto absurdo. Apesar de continuar a achar isso, comecei a repensar e entender, também, a importância da nossa pressão de consumo.

Assim, comecei a seguir uns perfis, inclusive o maravilhoso Casa Sem Lixo, e mudar minhas atitudes. O Kit Lixo Zero foi sendo montado aos poucos, porém vi uma foto da Nicole que fez muito sentido para mim: ela numa festa sem fazer a unha.

Apesar de gostar da unha feita (adorava uma unha vermelha!) nunca gostei de ir ao salão ou ficar parada – parece perda de tempo pra mim. Por isso só fazia unha pra ir a festas de casamento, 15 anos e formaturas.

POR QUE NÃO?

Ao ver aquela foto pensei, se eu me sinto bem sem fazer unha todos os dias por que não posso não fazer unha nestes dias também e ajudar mais um pouco o planeta? Então eu testei indo num casamento sem ter feito a unha (sem fazer escova também, outra parte do “kit de tradição em festa”) e a verdade é que eu nem pensei na minha unha, nem lembrei que não tinha feito e, acho que ninguém da festa reparou. A partir de então sem unha feita e com cabelos cacheados sempre!

Quando fiquei noiva refleti se ia não fazer unha no casamento...  Decidi que, se nunca faço porque ia fazer neste dia? Por que ia deixar de ser eu, a Gestora e Engenheira Ambiental quase ecochata (risos)? Por que deixar de lado um princípio por conta de pressão da sociedade se eu não me sentia mal? A pressão no casamento não é pouca! É difícil ter que se explicar, é difícil se afirmar afinal nunca tinha sido noiva e, as que já passaram por isso sabem dos arrependimentos que tiveram. Também fiquei um pouco preocupada com as fotos pois existe aquele foco nas mãos na hora das alianças, né? E a partir de então todos querem vê-las.

Me mantive firme internamente, desviei das perguntas antes do casamento e não falei para ninguém que não faria as unhas. No dia anterior minha mãe questionou, eu contei, não rolou reprovação. No dia, fazendo maquiagem, as madrinhas perguntaram e contei, não rolou reprovação. Na hora, como sempre não pensei nisso, não lembrei disso e acho que ninguém notou (e com certeza, ninguém falou nada).

Acredito que ninguém precisa fazer igual a mim. Cada um sabe do que pode abrir mão. Isso foi muito fácil para mim. Mas espero incentivar você que como eu queira quebrar tradições mesmo no dia mais importante da sua vida (caso seja), mesmo no dia em que você vai ser A reparada/especial, mesmo no dia que você vai sofrer A pressão.

TEM QUE SER ASSIM?

Outra vontade minha é colocar uma pulguinha atrás da orelha, será que você precisa fazer tudo conforme o figurino no casamento? Será que existe algo dessa indústria louca que você não faria por conta do impacto que causa ao nosso querido planeta? Pessoalmente eu tentei fazer várias coisas, em algumas fui bem-sucedida (como na questão da unha) em outras não. A visão de mundo, principalmente no casamento, ainda é bem fechada. O diferente é desincentivado, desconhecido (ninguém tinha pronto um orçamento de decoração só com suculentas) e caro. Então como terceira a última provocação, vamos repensar essa indústria? Vamos fazer pressão com nosso consumo? Vamos mostrar para nossos convidados que existe uma outra maneira e que ela é normal também? Vamos não nos contentar?

Essa reflexão é diária e eterna em mim! Que venha Casa Lixo Zero, Filhos Lixo Zero (daqui a muitos anos), Festas Lixo Zero, Vida Lixo Zero!

Fica também um agradecimento  à Casa Sem Lixo, ao demais perfis, e a todos os seguidores que dão voz e força ao movimento! Que possamos continuar a nos incentivar! Estamos criando um grupo lindo! Estamos gerando um mundo melhor!

Como Hidratar Cabelos (ou barba) com Óleos Vegetais?

Fazer meus próprios óleos de hidratação em casa foi um dos presentes da sustentabilidade!

Minha busca por uma vida mais natural e saudável está intimamente ligada ao momento que iniciamos nossa jornada Lixo Zero. Não que não tenha buscado isso antes, na verdade, sou filha de uma “natureba” então buscar coisas “alternativas” não é coisa nova pra mim.

Mas o que aconteceu foi que após o nascimento da Nina, nossa segunda filha, passei a ter mais alergias que se manifestavam especialmente na pele e no couro cabeludo, me causando muitos “problemas”.

Durante as intensas tentativas de resolvê-los conheci o Movimento Lixo Zero, que chegou até mim cheio de receitas especiais! Já em 2017 participei do ”Workshop Beleza Natural e Sem Lixo” de uma das musas Lixo Zero do Brasil, Cristal Muniz, do blog Um Ano Sem Lixo, que abriu ainda mais minha cabeça com “N” possibilidades interessantíssimas.

Uma delas foi fazer meus próprios óleos de hidratação em casa. Basicamente, o que precisei foi pesquisar sobre os óleos vegetais que tem melhor absorção nos fios dos cabelos e encontrar os fornecedores. Feito isso, “me joguei” nesta viagem cheirosa.

Sugiro que você faça sua pesquisa também, mas deixo aqui algumas dicas já pesquisadas, sobre a função dos meus óleos vegetais preferidos.

ÓLEO DE ABACATE: Ajuda a dar brilho, maciez e a controlar o frizz! Auxilia no fortalecimento e estimula o crescimento.

ÓLEO DE AMÊNDOAS:  É um excelente hidratante, perfeito para combater os danos causados pelo excesso de sol ou as baixas temperaturas. Recupera os fios ressecados, tira o volume e frizz, doma os cachos, dá brilho e suavidade aos fios.

ÓLEO DE COCO: Hidrata, previne danos, tonifica, é um bom finalizador, além de proteger dos raios solares.

A RECEITA

Você vai precisar:

- Vidro pequeno (por aqui gostamos dos “conta-gotas” ou com válvula específica para óleos).

- Óleos vegetais da sua preferência (gosto de misturar pelo menos 2, mas use o que for mais fácil para você).

- Óleo essencial (porque amo cheirinhos!)

Faça assim:

  1. Preencha metade do vidro com 1 dos óleos vegetais e, em seguida, complete a outra metade com outro óleo (nossos favoritos: Óleo de Semente de Uva + Óleo de Abacate).
  2. Acrescente 3-5 gotas de óleo essencial da sua preferência (gostamos muito de Hortelã Pimenta e Litsea Cubeba).
  3. Mexa bem e, tá pronto!

COMO USAMOS POR AQUI?

FINALIZADOR: Na barba ou nas pontas dos cabelos, para não os deixar pesados, usamos de 3-5 gotas e massageamos.

HIDRATAÇÃO: Passo, mais ou menos, uma colher de sopa no comprimento, prendo em um ou dois coques antes de dormir. Pela manhã, lavo bem! (Gosto muito do óleo de coco para fazer a hidratação)

FORNECEDORES

Usamos e aprovamos as seguintes marcas: Flora Fiora, Harmonie Aromaterapia e Laszlo.

É isso! Espero que você consiga fazer seu próprio óleo também. Até o próximo post.

Confira AQUI o vídeo desta receita!

Relacionamento Sem Lixo

Tem novidade no canal do Youtube, o psicólogo da CSL agora vem pra falar sobre Relacionamento Sem Lixo!

Pra quem ainda não sabe, todas as semanas subimos dois vídeos para nosso canal do Youtube, sempre aos domingos e às quartas-feiras.

Os vídeos de quarta-feira são mais curtos e objetivos, com temas quem envolvem Notícias do Movimento Lixo Zero no mundo, assim como tirar Dúvidas relacionadas a uma vida Sem Lixo.

A novidade da semana, em comemoração e gratidão aos mais de 10 mil seguidores do canal é incluir mais um tema super legal, importante e quem tem tudo a ver com a nossa casa, afinal temos um psicólogo por aqui!

Pelo menos uma vez por mês Paulo Pimont, meu respectivo marido, trará uma reflexão sobre:

- “O que produz lixo num relacionamento?”

- Como “descartar esse lixo?”

- “Como ressignificar esse lixo?”

para desenvolvermos relacionamentos que crescem... Uau! Vamos falar sobre Relacionamentos Sem Lixo!

Se você quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho dele conheça o Instituto Raizes e o projeto Homem Inteiro e o @paulopimont

Confira a playlist sobre RSL AQUI!

Sobre Odores e Sabores

“Nossa vocês têm um cheiro mesmo de casa sem lixo... Eu não sei se é bom ou se é ruim? É estranho!”

Ainda me lembro da sensação esquisita ao tomar o primeiro gole de suco de laranja natural após voltar de um ano de intercambio fora do Brasil. Eca! Que gosto horrível! O que colocaram nesse suco, eu pensei?

Colocaram laranjas, apenas laranjas. Um ano! Um ano bebendo suco de laranja “fake” nos EUA destruíram meu paladar de 16 anos, onde suco natural era a única coisa que eu conhecia (não cresci na época dos sucos de caixinhas, e na casa dos meus pais refrigerante era coisa rara, suco artificial muito menos!).

Esse simples exemplo nos dá uma pequena noção do poder que a “artificialização” das coisas tem sobre nós e o tanto que estamos nos artificializando.

Não é apenas nosso paladar que sofre. O olfato é outro sentido que vem sendo bastante bombardeado pela indústria ao longo das últimas décadas. Falo isso com propriedade porque sou daquelas que sente cheiro de tudo... Aliás os cheiros aguçam minha memória, lembro imediatamente de determinada época ou pessoa. E é claro que eu prefiro sempre sentir os cheiros bons que trazem boas memórias (risos!).

Mas nesta jornada lixo zero, assim como os sabores, tenho experimentado novos odores, são cheiros mais naturais, dos óleos essenciais, dos xampus em barra, os sabonetes feitos por alguém que eu conheci num evento, manteigas hidratantes de manga, abacate... tudo tão novo e ao mesmo tempo nem tão novo assim!

A questão é que eu me percebi tão intoxicada pelos cheiros artificiais que demorei a me habituar com os naturais. Logo que iniciamos o processo, pensei que não sobreviveria sem o amaciante de roupas! Eu não apenas usava o amaciante, eu “detonava” no amaciante (assim como detonava com as minhas roupas, com a máquina de lavar e com os rios e mares para onde eles eram enviados quase que diariamente), uma vez que ele tem ingredientes tão nocivos pra todo mundo!

Isso é tão real que hoje, quando abraço alguém, ou alguma roupa nossa é lavada por um amigo ou familiar (por qualquer motivo que seja) o cheiro que chega pra mim é superforte! Eu já cheguei a, literalmente, espirrar. Quem diria!?

Esses dias meu irmão cheirou o cabelo da Nina e disse: “Nossa vocês têm um cheiro mesmo de casa sem lixo... Eu não sei se é bom ou se é ruim? É estranho!”

Aos poucos, sem percebermos nos afastamos de quem realmente somos. Do cheiro da grama molhada, da beleza das montanhas no horizonte, o toque da areia que amacia os nossos pés, do doce sabor da laranja que deixou de ser tão doce assim.

O que dizer então dos maus odores? Do nosso lixo de cada dia que insistimos em terceirizar, como se o outro tivesse que dar conta da nossa responsabilidade! Não quero mais isso pra mim, nem para os meus filhos. É bom? Não é! Mas é nosso e, cada um precisa aprender a dar conta do que é seu, sendo bom ou ruim.

O cheiro do lixão que fica a quilômetros de distância da sua casa, ou mesmo o cheiro do caminhão do lixo que fazemos questão de não sentir, é nosso. É de todos nós que habitamos este planeta. Perto ou longe ele nos afeta. Se faz mal para um animal ou uma pessoa, para os rios de onde bebemos a água, ele continua “aqui”, fedendo de alguma forma.

Aqui em casa nosso cheiro tem se tornado cada vez mais natural. Ainda que nossos sentidos sejam diariamente bombardeados pelas coisas mais coloridas, por sons estridentes, pelas texturas mais macias que se possa tocar, os cheiros absurdamente cheirosos que alguém possa sentir, ou os sabores mais deliciosos que um ser humano já provou...

Será?

Confira o VÍDEO deste post AQUI!

E o Saquinho do Lixo?

"Nicole, como que vocês fazem com a lixeira do banheiro?"

Sério, essa é uma das perguntas que mais aparecem em todas as nossas redes sociais!

"Nicole, como que vocês fazem com a lixeira do banheiro?"

"E a lixeira da cozinha?"

Em geral, as pessoas continuam aceitando as detestáveis sacolinhas plásticas nos supermercados por conta das lixeiras de casa. Se você faz isso e, se você não tem orgulho de fazer isso, seus problemas acabaram!

Este não é assunto novo por AQUI, nem no canal do Youtube! Mas como todos os dias pessoas novas e curiosas em conhecer um estilo de vida mais sustentável chegam até nós, segue uma resposta curta e direta.

Não, não usamos mais “saquinho” ou “sacolinha plástica” nas lixeiras pequenas de casa. Sim, recusamos este tipo de descartável. Como?

LIXO DO BANHEIRO

Bom, no banheiro seguimos sem saquinho. A parte interna da nossa lixeira é removível e facilmente lavável. Temos uma lixeira maior (30 litros) na área de serviço que recebe o conteúdo desta lixeira, assim como todos os rejeitos da casa e, só vai para o caminhão do lixo quando está lotada!

SACO PLÁSTICO

Sim, ela leva um saco plástico que não é biodegradável, pois os biodegradáveis de verdade (feitos de matéria prima orgânica) não suportam este lixo... se desmanchando antes que a sacola fique cheia (conheça um bem legal AQUI).

Já os sacos plásticos “fake” biodegradáveis, apenas se transformam mais rapidamente em micro plástico, ou seja, não queremos isso!

Como fazer então? Usamos saco plástico reciclado. Optamos por investir na economia circular, mesmo sabendo que o produto não é dos melhores. Pelo teve mais de uma função em seu ciclo de vida!

“LIXEIRA” DA COZINHA

Também não tem saquinho. Esta é higienizada toda a vez que despejamos os resíduos orgânicos (nossos restinhos de comida) em uma “lixeira” maior (30 litros) que também não tem saco plástico e, segue a cada duas semanas para um pátio de compostagem comunitária da nossa cidade.

Detalhe: Não gosto de chamar a “lixeira” da cozinha de “lixeira”, porque lixeira é o que carrega lixo. Resíduo orgânico NÃO é lixo, e sim uma matéria-prima riquíssima, que é basicamente metade dos resíduos da nossa casa, que voltarão para a terra, se transformando em adubo, contribuindo com nosso lindo planeta circular!

Confira o VÍDEO deste post lá no canal!

5 Coisas que Não Podem Faltar numa Casa Sem Lixo

Uma Casa Sem Lixo é uma casa essencialista e, certamente, uma casa funcional...

Acredito que uma Casa Sem Lixo é uma casa com poucas coisas, talvez minimalista (um dos termos do momento), poderia dizer também “essencialista”, mas com certeza é uma casa funcional. As coisas que escolhemos ter significam bastante para nós e tem mais de uma função, por isso fazem parte do nosso cotidiano.

Segue então a primeira lista de 5 Coisas que Não Podem Faltar na nossa Casa Sem Lixo. Vou descrevê-las em ordem alfabética, por que de verdade, nenhuma é mais importante que a outra, e todas são muito importantes ao mesmo tempo!

1BUCHA VEGETAL

A bucha vegetal é muito conhecida, e normalmente usada no banheiro para lavar o corpo. Este é de fato uma das formas que usamos este vegetal que veio da terra e se compostável, para ela voltará! Mas pode ser usada também na pia da cozinha para lavar a louça, como já falamos AQUI, e também para limpar a casa e esfregar algo durante a faxina! Que tal?

ONDE? Cozinha + Banheiro + Área de serviço

2. GUARDANAPO DE TECIDO

Verdadeiros multiusos os guardanapos de tecido podem ser feitos de tamanhos diferentes para nos servirem de várias formas. Além de deixarem uma mesa muito mais charmosa e sustentável, podendo serem lavados e usados por muitos anos, faço questão de sempre ter pelo menos 1 na bolsa. No caso das mamães, como eu, de crianças pequenas, o ideal mesmo é ter sempre uns 3 (ou mais!), por que com certeza serão muito úteis (substituindo os tentadores, malditos e poluentes lenços umedecidos – sim, já fui viciada neles, alguém se identifica?). Limpa mão, limpa boca, limpa o corpo inteiro e até uma bancada quando acidentes acontecem, né?!

Estes queridinhos também podem ser usados para enrolar lanchinhos (sanduíches, frutas, biscoitinhos, etc.), para embalar um presente fofo e, por que não, para prender o cabelo (nunca se sabe o que nos espera!).

Você já ouviu falar no Furoshiki, uma tradição japonesa também conhecida por KnotWrap que permite que um pedaço de tecido vá de lenço pra cabeça até bolsa!

Importante: Vale lembrar que para fazê-los é possível reutilizar lençóis velhos, camisetas e roupas que não terão outra função. REUTILIZE sempre!

ONDE? Mesa + Bolsa + Snacks + Embalagem + Acessório

3. ÓLEO DE COCO

Esse pode ser um pouco polêmico, afinal nem todo mundo gosta do sabor ou do cheiro, por aqui amamos! Já vi no mercado opções “sem gosto”, porém muita atenção! Como é que se tira o sabor e o cheiro do óleo de coco? Não gostei muito da ideia. Se você ligar para o SAC das fábricas eles se esquivam de responder, portanto, permanecemos com as opções o mais naturais possíveis.

Na cozinha usamos para fazer receitas, como a granola, frituras, etc. Mas ele também pode ser usado como cosmético de Beleza Natural. Aqui ele é hidratante para o corpo (passamos após o banho, retirando apenas o excesso) e hidratante para as pontas dos cabelos (gosto de aplicar nas pontas e prender antes de dormir, quando sei que lavarei os cabelos na manhã seguinte). Usamos óleo de coco em algumas receitinhas já conhecidas daqui, como manteiga hidratantehidratante labial e a nossa pasta de dentes!

Além disso, desde o ano passado, após uma consulta Ayurvédica, comecei a fazer bochechos com este queridinho. Conhecido como Oil Pulling, ao acordar, em jejum uso uma colher de óleo de coco e tento fazer o bochecho de 10 a 20 minutos. Esse antigo ritual ajuda a atravessar placas, eliminar bactérias e toxinas armazenadas na boca. Há quem diga que pode até clarear os dentes! A sensação de limpeza é realmente incrível.

ONDE? Banheiro + Cozinha

4. POTES DE VIDRO

Sou a “Rainha dos Potinhos” uso para fazer compras à granel, para armazenar alimentos na geladeira e no freezer (importante não enchê-lo até a boca), para colocar cremes, pasta de dentes e até para levar lanchinhos na bolsa.

Ele está presente em quase todos os cômodos da casa. Na área de serviço com bicarbonato de sódio para limpeza da casa (comprado à granel), na cozinha com dezenas de mantimentos, no banheiro com os produtos de beleza natural, no quarto, com os mesmos produtos (adora ter os creminhos à mão antes de dormir)... Ah! E também são usados para dar presentes gostosos e cheirosos.

ONDE? Área de Serviço + Cozinha + Quarto + Bolsa

5. SACOLAS REUTILIZÁVEIS

Mais um item presente na bolsa, em casa, no porta-malas do carro. Temos de todos os tamanhos, leves, mais pesadas e resistentes... A ideia é recusar todo tipo de sacola plástica, sempre!

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