Robôs Adoráveis

O resultado da preocupação com a despoluição do planeta deu vida ao projeto “Robôs Adoráveis”.

Mônica Turato reutiliza material descartado na construção civil, na praia e nas ruas, para criar verdadeiras obras de arte, seu projeto de sustentabilidade, visa combater a poluição de resíduos sólidos e inspirar as pessoas a olhar para o próprio lixo que produz.

Conheci a artista plástica Mônica Turato em Camboriú, numa feira linda e sustentável o Eco Bazar SC! Seu trabalho me cativou, porque ela encontrou um jeito diferente de ajudar o planeta, transformando restos de material, em peças únicas. O resultado da preocupação com a despoluição do planeta deu vida ao projeto “Robôs Adoráveis”.

REUTILIZANDO...

A ideia de recolher o material descartado na construção civil surgiu há três anos, quando veio de São Paulo para Itapema-SC. “Percebi que muitas peças não aproveitadas nas obras acabavam indo para o lixo. Então, passei a guardar tudo que vinha pela frente:  pedaço de madeira de telhado, mangueira, serra, ferro, pregos, pedaços de fios de luz. E toda vez que vou a praia,ou participo das limpezas de praia, recolho muito lixo, principalmente plástico, tampinha de garrafa e brinquedos são as campeões", relata Mônica.  

Nossos filhos Theo e Nina ganharam cada um o seu Robô Adorável da própria artista, que comenta: “Logo na primeira postagem nas redes sociais as pessoas enlouqueceram e passaram a mandar mensagens e fui fazendo um atrás do outro. Alguns ganharam até nome”, brinca Mônica.

ROBÔS "BATIZADOS"

Os personagens que batizam as miniaturas são inspirados nas lendas e também na vida real, como pirata, pinóquio, médico e cozinheira. “O médico, por exemplo, é uma homenagem a um profissional muito elogiado por uma paciente que é minha amiga. Ela está grávida de Gêmeas, e a inspiração veio em duas Robozinhas de cabelo cacheado.  O pinóquio foi algo de percepção. Coloquei uma ponteira que parecia um nariz longo e pronto”, resume.

Para concluir cada trabalho Mônica leva de dois a três dias. Não há projeto, apenas sugestão e colaboração do marido que também trabalha na área de engenharia na construção civil. Segundo ela, tudo começa reunindo as madeiras que já vem no formato em que são descartadas. “Primeiro faço o rosto, depois o corpo, pernas e braços de acordo com as características do personagem, demorando mais ou menos tempo para ficar pronto”, comenta. 

COMBATENDO À POLUIÇÃO

Mônica explica ainda que o ponto forte do projeto é o combate à poluição. Materiais resistentes como metal e plástico, que chegam a demorar mais de meio milhão de anos para se decompor na natureza, ganham um novo destino com menores consequências ao meio ambiente. “Procuro usar muito plástico, porque há estudos que indicam até 2050 o mar terá mais plástico do que peixe. É revoltante. Quanto mais plástico uso, mais me sinto aliviada”, desabafa.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Os Robôs estão sendo usados como Educação Ambiental, nas escolas públicas. O Robô Viajante, por exemplo, vai dentro de uma maleta para a casa da criança, passa uma tarde acompanhando toda as atividades da casa, e tudo é relatado em um caderno, e depois país ou responsáveis ajudam a criança a criar um robô utilizando material reciclado, que irá participar de a exposição, com um bate papo muito legal sobre  reciclagem. “As crianças amam” 

Autodidata em artes, Mônica Turato nasceu em Minas Gerais, mas ganhou reconhecimento na carreira com projetos desenvolvidos na Capital Paulista, além de participar de programas como Jovem Aprendiz, Geração de Renda e Terceira Idade. 

“Sempre trabalhei usando material reciclado. No início era papel reciclado para as ilustrações e tecidos para fazer bonequinhas. Quando mudei para Santa Catarina percebi uma outra realidade e que podia fazer muito mais, principalmente, no Morretes, bairro onde moro e vejo muitos catadores de lixo. Os catadores de lixo reciclável são como “formiguinhas” merecem ser valorizado.  Aqui tem muita matéria prima”, destaca Mônica.

Desde que o projeto Robôs Adoráveis, foi criado, já retiramos muito lixo da praia e das ruas. Por onde passo, encho sacolas com muito material descartado de forma irregular.  Desde Agosto/ 2018 até agora, já produzimos cerca de 100 Robozinhos, em cada um, tem aproximadamente 12 peças de plástico de tamanhos variados, isso significa que são, 1200 peças a menos no mar, nas ruas, nos aterros, poluindo menos o meio ambiente. 

RESUMINDO:

200 Robôs

1200 plasticos

400 pedaços de madeira

300 pedaços de ferro

700 pedaços de arames, pregos, parafusos. 

Entre outros como borracha, acrílico, cristal, vidros. Tudo retirado do descarte ambiental inadequado.  O lixo descartado nas ruas, causa enchentes entupindo bueiros e diminuindo a vazão de água. É um dos maiores problemas da sociedade moderna. É uma bomba-relógio. Calcula-se que 30% do lixo brasileiro fique espalhados pelas ruas das grandes cidades.

O LIXO NO MAR

Cerca de 85% de todo lixo encontrado nos mares e oceanos é composto por plásticos. Existem várias consequências para o meio ambiente: prejuízos para os ecossistemas marinhos, principalmente desequilíbrio ecológico, contaminação de peixes e outros animais marinhos que serão consumidos por pessoas, mortes de pássaros que se alimentam de peixes contaminados, águas das praias tornam-se impróprias para o banho, alta mortalidade, dependendo da poluição, de espécies animais marinhas, degradação de regiões de mangues.

Não é incrível esse trabalho? Precisamos de mais Mônicas nesse planeta! Não deixe de conhecer mais do trabalho dela lá no Instagram: @robos_adoraveis

Dia das Crianças Sem Lixo

...a data só foi ganhar o apelo comercial que vemos nos dias de hoje a partir de 1960, com uma campanha realizada por uma fábrica de brinquedos...

Para quem tem filhos, principalmente que já frequentam escolas, essa é uma data difícil de deixar passar em branco. 

As escolas realizam atividades durante a semana toda, e as crianças ficam numa euforia enorme e geralmente enfrentamos aquela conversa sobre presentes, o que quer, o que o amigo vai ganhar...

Mas você sabe como surgiu a comemoração do dia das crianças no dia 12 de outubro?

HISTÓRIA

No dia 12 de outubro de 1923, foi realizado no Rio de Janeiro o Congresso Sul-Americano da criança, que reuniu estudiosos da infância e políticos de vários países para discutir questões educacionais, alimentares e de desenvolvimento.

Considerando a comoção que o tema gerou na época, em 1924, foi sancionado o decreto 4867, onde ficou instituído  o dia 12 de outubro para ter lugar, em todo o território nacional, a festa da criança.

Entretanto, a data só foi ganhar o apelo comercial que vemos nos dias de hoje a partir de 1960, com uma campanha realizada por uma fábrica de brinquedos. 

A data surgiu com base nas preocupações da época, e com o passar do tempo outras questões foram surgindo em algumas sociedades de acordo com seu desenvolvimento.

E HOJE?

Hoje, grande parte das famílias vivencia dificuldades com relação ao ritmo de vida que fomos assumindo, às cobranças que são impostas (pelos outros e por nós mesmos) para equilibrar tantas funções.

Infelizmente, em muitos casos, o ato de dar presente, acabou virando uma forma de compensar uma ausência, ou de tornar mais prática a homenagem neste dia.  Mas será que é isso que as crianças realmente precisam e esperam de nós?

Se pararmos um pouco, podemos chegar à conclusão que o que elas precisam é ser crianças, ter tempo para brincadeiras e para ficarem ociosos, de exemplo, paciência, amor e cuidados, que estejamos presentes!

UM DIA DIFERENTE

Pensando assim, fica muito mais simples de fazer um dia das crianças sem lixo!

Tome o café da manhã com seu filho no jardim, na praça, no parque, fiquem de preguiça, brinquem da atividade preferida dele, ou ensine pra ele a sua brincadeira favorita na infância, permita que a sua criança interna brinque com a sua criança. 

Relembre a felicidade que está na simplicidade de um pega-pega, de um bolinho de areia, de uma cabana com lençóis na sala... e aproveite o Dia das Crianças!

CURIOSIDADE: Você sabia que de acordo com a ONU, o Dia Universal da Criança é celebrado no dia 20 de novembro, em referência a data da aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, em 1959.

Autora: Juliana Schulz
 é parceira da Casa Sem Lixo. Esposa do Jean, mãe do Henrique e do Felipe é também criadora/proprietária da empresa Festa Sem Lixo.