Sobre acúmulo, estímulos sociais e proteção... 4 Dicas para o quarto das crianças.
Há tempos venho pensando em escrever sobre como lidamos com o acúmulo de coisas no quarto das crianças... Este é um cômodo que precisa de um olhar atencioso, paciente e cheio de amor! Né!?
Sim, assim como os adultos, as crianças são "bombardeadas" diariamente pela indústria do consumo, seja pelas diversas mídias, incentivo de familiares, amigos ou colegas da escola. Que D-E-S-A-F-I-O protegê-las de tanto "lixo".
A pediatra oferece um balão no final da consulta, o mesmo acontece quando entramos na loja de calçados infantis... Nem somos consultados e nossos filhos já tem balão e balinhas nas mãos (affff...). E aí temos que usar de toda gentileza e educação para recusarmos com "elegância", sem perder a "amizade" nem dar uma de "eco-chato".
Como faz então?! Como manter o quarto delas arrumado, e aqui entenda por quarto o "cantinho" delas, o lugar escolhido para guardar os seus pertences: roupas, calçados, brinquedos, etc. Já parou pra pensar no tanto "de coisas" dos seus filhos entram diariamente na sua casa? Como entram? De onde vem? Porque entram? Onde são armazenadas? Porque são armazenadas?
Eu realmente acredito que como responsáveis precisamos proteger nossos filhos de uma cultura que muitas vezes fere os nossos valores e desrespeita tanto o meio-ambiente quando não impõe limites, uma vez que eles existem; ao invés disso, produz exageradamente e ininterruptamente.
Quando escrevo proteger não quero dizer que nossos filhos devam viver alienados da realidade, de forma alguma. Mas eles com certeza precisam ser ensinados, instruídos. Gosto muito de um provérbio hebraico que diz: "Ensine às crianças no caminho que devem trilhar, para que nunca se desviem dele."
Numa sociedade tão consumista como a nossa é necessário educarmos nossos pequenos consumidores desde bem cedo, para que desde já aprendam a fazer a coisa certa.
DICAS PRÁTICAS:
- ENTRA UM, SAI UM - Aqui em casa tentamos fazer valer a regra do "entra um, sai um". Quando ganham algum brinquedo, roupa, ou acessórios, precisam doar algum que está em uso. Primeiro porque não precisamos de tanto, segundo porque com certeza tem muitos que precisam e as crianças PRECISAM saber disso desde cedo. Dividir, compartilhar, compaixão, empatia... São boas práticas que fazemos questão de tentar imprimir no coração dos nossos filhos.
- QUALIDADE X QUANTIDADE - Criança quer a brincadeira não o brinquedo! Então prefira itens de qualidade, que poderão ser usados por gerações. Sabe aqueles brinquedinhos que vem como "brinde" no restaurante? RECUSE! Aliás, se possível, passe longe destes fast-foods. Eles não tem vida longa e as mesmas crianças que fizeram um chororô para você adquiri-lo esquecerão destas "coisinhas" em minutos! Experiência própria. Essa dica serve para as roupas e acessórios... Nina usa roupas que já foram usadas por duas meninas, escrevi melhos sobre isso AQUI.
- ATENÇÃO ESPECIAL À TV E MÍDIAS SOCIAIS - Como já escrevi antes, o contato dos nossos filhos com as mídias sociais e TV é supervisionado e limitado. Evitamos canais que passam propagandas. Eles não tem acesso à internet, celular, mesmo porque tem 7 e 3 anos. Idade de brincar, correr, criar...
- LIDANDO COM AS COMPARAÇÕES - Quando a famosa frase "Mas meu amigo tem" surge, é a hora perfeita para conversarmos sobre os valores da nossa família e porque não, sobre a realidade do planeta. Aí sim vale a pena recorrer à internet para mostrá-los outras realidades (claro que com respeito a capacidade intelectual e emocional deles)... Porque não, né?
Concluo com uma reflexão do neto do grande Mahatma Gandhi:
"Muitas vezes nos comparamos apenas com quem tem mais do que nós. Mas apreciar o que temos leva à compaixão por quem precisa de nossa ajuda." Arun Gandhi
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